O Secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse nesta última sexta-feira (15) que a sociedade amazonense fez uma “opção” pela contaminação. A declaração acontece em meio ao caos no sistema de saúde do estado decorrente do aumento acelerado no número de novos casos de Covid-19 e da falta de oxigênio hospitalar para atender os pacientes. Segundo ele, o governo estadual teria feito tudo o que podia para evitar o atual cenário.
— Apesar dos alertas, dos decretos, a sociedade fez uma escolha de manter as aglomerações, participar das confraternizações, comemorar Réveillon, fazer festas clandestinas, principalmente. Ou seja, quando a sociedade opta pela contaminação, invariavelmente, 15 dias depois, nós sofremos o pico dessa aglomeração — afirmou.
Manaus vive o segundo pico da Covid-19 e o sistema de saúde do estado e da capital estão sobrecarregados. Na quinta-feira, o estado registrou 258 internações em 24 horas, o maior número desde o início da pandemia. No mesmo período, foram registrados 3.816 novos casos da doença segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas. A taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 está em 90%.
A situação fez com que o Ministério da Saúde e o Ministério da Defesa iniciassem a remoção de pacientes com a doença para seis outros estados. As transferências começaram nesta sexta-feira, mas ainda não surtiram o efeito desejado, que é abrir vagas suficientes para atender o fluxo de novos pacientes.