Em entrevista a rádio A Tarde FM nesta sexta-feira (8) o novo secretário municipal da Educação, o ex-prefeito de Mata de São João, Marcelo Oliveira falou da necessidade do retorno dos alunos às salas de aula e das limitações que enxerga no ensino remoto, além de elencar quais serão as prioridades nesse primeiro momento da gestão.
Oliveira encontrará desafios no comando da pasta. Com um 2020 atípico no ensino escolar por conta da pandemia do coronavírus, o maior deles será promover a retomada da educação em Salvador de uma forma segura para alunos, familiares e professores.
“O primeiro degrau que temos para vencer é o retorno das aulas presenciais. Tivemos um 2020 quase todo remoto e esse modelo tem uma limitação de não atender aquelas crianças que estão em situação de maior vulnerabilidade. Se tínhamos crianças com baixo desempenho dentro do ambiente escolar, na presença do professor e com todo o aparato dos profissionais na escola, imagina como vão desempenhar sozinhos em casa e com pouca assistência em um ensino remoto? É uma modalidade válida, mas eu entendo que é mais funcional para níveis mais superiores da educação. Na fase escolar, ela pode funcionar como complemento e não como a base do ensino”, avaliou o secretário.
Ainda de acordo com Marcelo, esse retorno não deve ser condicionado a uma possível vacinação da população
“Precisamos voltar para a modalidade presencial o mais rápido possível. Não há possibilidade de esperarmos uma vacina ou a imunização da população para que se retornem as aulas. Precisamos vacinar pelo menos 60% da população para conseguir controlar a cadeia de disseminação do vírus e isso não vai acontecer da noite para o dia. Creio que isso só vai acontecer lá para o segundo semestre, então seria mais um ano perdido se não voltarmos às aulas, desde que possamos garantir a segurança dos envolvidos”, disse.
Planejamento
Dentro do planejamento estratégico para esse retorno, está a prioridade das classes mais jovens para o ensino presencial. De acordo com o secretário, essa medida passa pela obrigação de garantir um menor risco dentro da sala de aula, em comparação com as atividades cotidianas dos alunos, e está sendo discutida com a esfera estadual de ensino,
“Nossa prioridade é retornar às aulas do primeiro ao nono ano. E, depois, vamos voltar com os alunos mais velhos, até para poder testar os protocolos que vamos incluir. Estamos trabalhando arduamente em comum acordo com a rede estadual de ensino. Tive um encontro muito produtivo com o secretário estadual de Educação, e temos o propósito de elaborar esse protocolo e discutir isso com a sociedade, no caso a categoria dos professores e as famílias. Vai depender de como essa pandemia se comporte e vamos ouvir os órgãos de saúde. Não vamos tomar uma decisão apenas da educação”, finalizou.