Expressões de censura e violência psicológica como “Tira essa roupa, ela está muito curta” foram utilizadas como exemplos do que não tolerar no Carnaval deste ano. As orientações contra o machismo e a violência gênero foram transmitidas para um grupo de mulheres durante capacitação realizada pela Secretaria Estadual de Política para Mulheres (SPM-BA) na tarde desta última quarta-feira (15), no Auditório Jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
No encontro, a SPM-BA buscou fortalecer ainda mais as ações socioeducativas de prevenção e enfrentamento à violência contra mulheres, para que sejam reduzidos os índices de feminicídio, agressão e desrespeito de qualquer natureza contra o público feminino durante o período momesco. Segundo a palestrante, Francileide Araújo, o trabalho de conscientização tem início desde o entendimento da mulher como vítima e, por hipótese alguma, culpada pela violência sofrida. “As pessoas tendem a achar que um puxão de cabelo, um beijo a força são brincadeira, mas não são. A mulher tem o direito de não ter o seu corpo tocado”, afirmou.
A capacitação também abordou o conjunto de legislação protetiva para a mulher. De forma sucinta, a público pode conhecer um pouco das leis Maria da Penha (2006), Carolina Dieckmann (2012), do Feminicídio (2015), de Importunação Sexual (2018), da Violência contra a Mulher (2021) e de Assédio Sexual de Salvador (2022). “O Brasil demora, mas quando faz, faz bem feito. A Lei Maria da Penha é revolucionária. Ela é a 3ª legislação mais elogiada e copiada do mundo”, frisou Francileide.
As vítimas de violência de gênero vão contar com uma rede de apoio e amparo, que vai funcionar como parte do Programa Respeita as Mina. Fazem parte desta rede os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM’s), o Núcleo Especializado na Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e a Ronda Maria da Penha. A ativação da campanha acontecerá em bares, restaurantes, porto, aeroporto, rodoviária, metrô, rede hoteleira, circuitos da folia, e alguns bairros da capital. Além disso, unidades móveis de atendimento estarão espalhadas pela cidade.
“A gente sabe que o mal da violência contra a mulher assola nossa sociedade. A gente precisa erradicar esse mal. A expectativa é poder atender as mulheres de maneira humanizada e completa”, ressaltou a coordenadora de Prevenção e Enfrentamento à Violência da SPM, Daniella Dutra.