O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto impresso na eleição e criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. “Que negócio é esse de judicializar (o voto impresso)? Não tem cabimento. Se o Congresso aprovar o voto impresso, vamos ter eleições com voto impresso e ponto final. Cada um de nós deve respeitar a Constituição e o Parlamento”, disse o presidente durante live nas redes sociais.
Conforme o jornal Estadão, Barroso é crítico do modelo e defende a confiabilidade do sistema eleitoral vigente no País. Segundo ele, as urnas eletrônicas são confiáveis e a adoção do voto impresso seria um “retrocesso”. “Tenho visto o ministro Barroso me criticando: ‘Vamos ter problemas se tiver voto impresso’. Que problema o quê, Barroso?”, afirmou Bolsonaro.
O ministro Barroso já deu declarações nas quais opinou contra o voto impresso e defendeu a confiabilidade do sistema eleitoral vigente no País. No ano passado, o ministro defendeu que as urnas eletrônicas são confiáveis e afirmou que a mudança pelo voto impresso seria um “retrocesso”. Segundo Bolsonaro, Barroso queria o “voto por telefone”.
A possibilidade é estudada pela Corte eleitoral como parte do projeto Eleições no Futuro, a fim de levantar alternativas à urna eletrônica. “Vamos respeitar o Congresso Nacional”, reforçou Bolsonaro sobre o tema. “Não fique com filigranas, dando uma de uma pessoa que sabe tudo. Não sabe nada”, afirmou o presidente.
Câmara
Levantamento do Estadão/Broadcast mostrou que a comissão especial que analisa o voto impresso nas eleições tem maioria a favor da mudança, e a proposta deve avançar na Casa. Entre os atuais 32 deputados do colegiado, 21 são favoráveis e apenas quatro se opõem ao voto impresso.
Nesta quarta-feira, 9, Luís Roberto Barroso passou quatro horas debatendo o assunto com parlamentares. Ele afirma que a medida representa um “retrocesso”, mas diz que, uma vez aprovado, o novo sistema será adotado.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão na Câmara é da deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das aliadas mais próximas ao presidente. O texto não acaba com a urna eletrônica, mas obriga a impressão de comprovantes físicos de votação, que devem ser depositados automaticamente em uma caixa de acrílico acoplada ao equipamento. Com isso, o eleitor poderá conferir se o recibo em papel coincide com o que digitou, mas não poderá levar o comprovante com ele.