Na Argentina, o governo eleito deixou de lado o discurso de campanha contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e indicou hoje que ele será bem-vindo à posse de Javier Milei em 10 de dezembro.
A futura chanceler de Javier Milei, Diana Mondino, que é uma de suas pessoas de maior confiança, declarou que gostaria que o Presidente Lula viesse para a cerimônia. E, na sequência, confirmou o aceno: “Vamos convidar Lula para vir à posse”. Ela destacou que “o Brasil e a Argentina sempre estiveram juntos e sempre trabalharão juntos”.
E, na noite desta quarta-feira (22), em uma entrevista a um canal de TV local, o próprio Milei disse “se Lula vier, será muito bem-vindo”. Durante a campanha, Milei fez ataques a Lula, entre outras coisas chamando-o de “corrupto” e “comunista”, além das promessas de retirar a Argentina do Mercosul.
Propostas Milei
Enquanto isso, Milei, que durante a campanha agitava freneticamente uma moto-serra como símbolo dos cortes de gastos que pretendia fazer, declarou que fará um drástico ajuste fiscal para pagar a dívida pública. Ele indicou que o país terá meses duros e que os dois primeiros anos de seu governo serão de inflação alta até conseguir reduzi-la.
O Presidente eleito também indicou que não existe dinheiro para as obras públicas que já foram licitadas e os prefeitos e governadores deverão buscar formas de financiá-las. Milei também sugeriu que os funcionários públicos poderiam ficar sem o décimo-terceiro salário, já que os organismos só gastarão o dinheiro que tiverem à disposição. Enquanto isso, os governadores das províncias, prevendo tempos de vacas magérrimas, foram às pressas para Buenos Aires pedir fundos antes que Milei tome posse.
E nesta quarta, a vice-presidente Cristina Kirchner, que também é presidente do Senado, recebeu a vice-presidente eleita Victoria Villarruel. Elas tiveram uma hora de reunião para definir o formato da cerimônia da posse, já que é uma função do Senado.