Com o papa Francisco internado aos 88 anos, começaram as inevitáveis especulações em torno do seu sucessor.
Neste século, os cardeais escolheram dois papas, Bento 16 e Francisco. O primeiro, Joseph Ratzinger, estava nas listas dos favoritos. O segundo, Jorge Bergoglio, surpreendeu por ser argentino.
Oito anos antes, no primeiro escrutínio, Ratzinger teve 47 votos, seguido por Bergoglio, com 10. No dia seguinte, a disputa continuou entre os dois. Na segunda votação, o cardeal alemão conseguiu 65 a 35. Na terceira, 70 a 40. Na quarta, Ratzinger teve 84 votos, batendo a marca exigida dos 75, e tornou-se Bento 16.
Entre a terceira e a quarta votação, o cardeal-arcebispo de Milão, Carlo Maria Martini, procurou Ratzinger e ofereceu-lhe seus votos (pelo menos nove) em troca de uma promessa: eleito papa, ele reorganizaria a máquina do Vaticano. Se não conseguisse, renunciaria. Bento 16 renunciou em 2013.
Martini temia que, num impasse entre Ratzinger e Bergoglio, a Cúria produzisse uma tertius italiano.
Essas revelações vieram de um diário mantido por um cardeal e da entrevista de um padre amigo e confessor de Martini, dada depois de sua morte, ocorrida em 2015.
Não se sabe quando nem quem será eleito no próximo conclave, mas, se dependesse de Francisco, ele escolheria o nome de João 24, indicando que continuaria o pontificado renovador de João 23 (1958-1963).
Bergoglio chegou a pensar nesse nome para seu pontificado, mas o cardeal brasileiro Cláudio Hummes o teria convencido a ser Francisco.