Cresceu nos últimos dias a pressão para que Jair Bolsonaro (PL) reavalie a escolha do candidato a vice na chapa para a disputa da reeleição, trocando o general Braga Neto (PL) pela ex-ministra Tereza Cristina (União Brasil).
Segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a ex-titular da Agricultura sempre foi o nome preferido da ala política do bolsonarismo, mas a consolidação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na dianteira das pesquisas tem feito esses aliados insistirem no nome dela.
O argumento com que pretendem dobrar o presidente é que ele precisa chegar mais competitivo ao segundo turno, e que para isso uma mulher que tem fama de competente seria muito mais útil do que um general.
A indicação da ex-ministra também poderia ajudar a mitigar a alta rejeição de Bolsonaro entre as mulheres – assunto que incomoda o núcleo político, em que Michele Bolsonaro vem se recusando a atuar.
Deputada federal, Tereza Cristina deixou o ministério da Agricultura no fim de março para concorrer ao Senado pelo Mato Grosso do Sul.
Até agora, Bolsonaro vinha mantendo o general Walter Braga Neto (que deixou o ministério da Defesa em março) como o vice preferencial, mas nos últimos dias parece mais sensível à pressão de aliados como os ministros Ciro Nogueira e Fábio Faria ou lideranças como Valdemar da Costa Neto.
Tanto que nesta terça-feira, ao responder sobre Braga Neto, ele disse que o general é “palatável, é um nome de consenso, que sabe conversar com o Parlamento”, para em seguida emendar: “Alguns querem a Tereza Cristina, um excelente nome também. Mas isso vai ser definido mais tarde.”
Depois dessa declaração, a ideia de que há uma possibilidade de a ex-ministra ser indicada assanhou alguns deputados bolsonaristas e virou o assunto mais comentado no comitê de campanha.
“O pessoal tá tentando fazer a cabeça dele”, disse um dos aliados empenhados em convencer o presidente pressão ao presidente. “Se o Bolsonaro ouvir a política vai ser Tereza.”