O deputado estadual e vice-líder do governo do estado na Assembleia Legislativa, Robinson Almeida (PT), avaliou que a instalação da Orbi Química no perímetro urbano de Santo Amaro, próximo ao Rio Subaé e numa área destinada a Universidade Federal do Recôncavo Baiano “contraria o Plano Diretor Municipal” e que o ideal é que a companhia seja instalada no Centro Industrial obedecendo as leis ambientais. O parlamentar avalia que Santo Amaro “merece UFRB, indústria, empregos e segurança ambiental”. A Câmara de Vereadores decide em sessão nesta segunda-feira (27) se autoriza ou não a instalação da empresa no município do Recôncavo Baiano.
“A cidade tem um trauma causado pela contaminação do chumbo no Rio Subaé, que causou problemas ambientais, sociais e de saúde pública que ainda hoje repercute na terra de dona Canô. O ideal é que a empresa seja instalada em uma área mais apropriada no munícipio, como o centro industrial, e que todo protocolo de preservação ambiental seja rigorosamente seguido pela empresa e fiscalizado pelas autoridades competentes, a fim que se tenha a garantia da geração de empregos mas também da preservação socioambiental”, frisou o parlamentar. “Santo Amaro merece UFRB, indústria, empregos e segurança ambiental”, enfatizou Robinson.
A Orbi Química fabrica produtos de limpeza automotiva, álcool, solventes e resinas de cola. A área em discussão fica próxima ao centro da cidade e ao Rio Subaé, cuja contaminação por chumbo em Santo Amaro é estudada há quase 40 anos. Além de agentes químicos encontrados no recurso hídrico, pesquisadores também identificaram a presença desses agentes em amostras de sangue de trabalhadores da Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), na urina e no cabelo de pescadores e marisqueiras.
“Santo Amaro não quer reviver este triste passado de contaminação e muitos prejuízos sociais, ambientais e econômicos que impacta gerações. Por isso, a instalação de uma empresa química precisa ser analisada criteriosamente e, uma vez autorizada seu funcionamento no município, que seja em local apropriado, como o centro industrial, e obedecendo todos os protocolos de manejo e descarte de resíduos para que impactos ambientais e à saúde pública não voltem a acontecer. É preciso conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico e de geração de empregos com a preservação ambiental. Hoje isso é possível, com base na legislação e em experiências que não nos permita cometer erros do passado”, opinou Robinson.