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quinta-feira 13 de junho de 2019 às 10:02h

Salvador terá Arcos da Ladeira da Montanha recuperados em 2020

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A ocupação no local é antiga – segundo historiadores, a construção ocorreu em meados do século XIX, como forma de contenção para evitar os constantes deslizamentos. Durante esse tempo, passou a ser abrigo dos artífices, principalmente ferreiros, serralheiros e marmoeiros, mas foi sofrendo degradação ao longo dos anos. No entanto, a partir desta quarta-feira (12), os Arcos da Ladeira da Montanha, no Centro Histórico de Salvador, passarão por obras de recuperação e revitalização, promovidas pela Prefeitura.

O pontapé foi dado com a ordem de serviço para início das intervenções, assinada no local pelo prefeito ACM Neto, acompanhado pelo vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis; da presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield; demais autoridades, população e imprensa. Com investimento municipal de aproximadamente R$3,5 milhões, as obras serão executadas em 12 meses pela empresa RC Restaurações e Construções Eireli, vencedora da licitação, com projeto cedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O prefeito ressaltou que a ação seria realizada através do PAC Cidades Históricas, do governo federal, mas que a Prefeitura resolveu assumir por entender a importância do projeto a partir do ponto de vista urbanístico e paisagístico. “Vai mudar, inclusive, todo o aspecto de quem olha da Baía de Todos-os-Santos para esse encontro entre as cidades Alta e Baixa. A Ladeira da Montanha é um dos lugares mais tradicionais de Salvador e que, por muito tempo, ficou abandonado e esquecido. Estamos fazendo mais essa obra, que vai se juntar a todas as outras que estão sendo realizadas no Centro Histórico, com a garantia da permanência dos comerciantes e reforçando a qualidade do comércio”, afirmou ACM Neto.

Melhorias 

O projeto de requalificação das edificações tem como diretriz principal recuperar esse importante conjunto edificado no final do século XIX, composto por 17 arcos, destacando seus valores artísticos e suprimindo elementos e volumes que atualmente descaracterizam o conjunto. As estruturas dos arcos apresentam degradações tanto na parte estrutural quanto nas instalações elétrica e hidrossanitária, resultando em ambientes insalubres aos ocupantes – no local funcionam serralherias e marmorarias.

“Essa é uma obra que tem que ser feita com todo o cuidado, porque vai mexer com toda a restauração e recuperação dos arcos. Será preservado o trabalho os artífices daqui e vamos começar as obras na parte de baixo. Será entregue um dos aspectos mais bonitos do patrimônio da cidade, que tornará não apenas um ambiente de trabalho adequado, mas também um dos pontos de maior visitação de Salvador”, destacou o vice-prefeito e secretário Bruno Reis.

A ideia, com as obras, é melhorar as condições de habitabilidade e salubridade nos espaços internos. Com isso, será oferecido mais conforto para os ferreiros e marmoreiros que desenvolvem essas atividades há muitos anos no local e são referência para o restante da cidade.

Próximo aos arcos, as intervenções contemplarão requalificação da iluminação pública e inserção de iluminação cênica voltada para o destaque dos Arcos. Internamente, as estruturas que têm “pé direito” alto ganharão mezaninos para um melhor aproveitamento do espaço.

As obras serão divididas em duas etapas, a fim de não prejudicar o dia a dia dos artífices. Em diálogo permanente com eles, a Prefeitura já realizou duas reuniões e o cronograma de obras está sendo discutido conjuntamente. A proposta entre as partes é que, durante o período das obras, os artesãos exerçam as atividades em um novo anexo, na Ladeira da Conceição.

Atuando nos arcos há cerca de 30 anos, o comerciante Evandro Barreto, de 53 anos, contou que, quando começou a trabalhar no local, o cenário era muito melhor em termos de visibilidade. “Hoje é necessário fazer tudo aqui: rebocar, pintar, trocar piso e instalações elétrica e hidráulica. Dos 17 arcos, 14 estão em atividade, de um ofício que é histórico na cidade”, pontuou.

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