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sexta-feira 10 de setembro de 2021 às 07:17h

Salto da arrecadação sinaliza para retomada do mercado de trabalho

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A alta real (já descontada a inflação) de 16,6% na arrecadação previdenciária ao longo do mês de julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, comprova que há um processo de retomada das contratações com carteira assinada no Brasil.

Segundo dados da Receita Federal, o volume de ganhos previdenciários saltou para R$ 38,957 bilhões em junho e acumula arrecadação de R$ 260,2 bilhões em 2021, o que corresponde a um avanço ainda maior, de 17,7%, para os sete primeiros meses do ano.

“Com toda certeza podemos dizer que o resultado aponta para uma retomada do mercado formal de trabalho”, afirma o advogado tributarista do escritório Peccini Neto Advocacia e CEO da XP Compliance, Ângelo Peccini Neto.

As receitas previdenciárias vão em linha com os últimos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que indicam para a abertura de 316.580 vagas com carteira assinada em julho e de 1.848.304 no acumulado dos sete primeiros meses de 2021.

As contratações formais também foram listadas pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) como determinantes para o recuo de 0,5 ponto percentual da desocupação entre abril e junho, para 14,1% dos profissionais com idade para trabalhar.

Segundo a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta para 14,4 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, houve um crescimento de 2,1% no número de trabalhadores com carteira assinada no segundo trimestre.

De acordo com o conselheiro federal Carlos Eduardo Soares, do Cofecon (Conselho Federal de Economia), os dados da arrecadação divulgados pelo Fisco realmente indicam para um resultado positivo do mercado de trabalho.

Para Soares, o desempenho é impulsionado pelo avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil. “Podemos apontar que as pessoas começaram a se vacinar e procurar empregos, o que é relevante e reflete em uma maior arrecadação por parte do INSS”, explica ele.

Peccini cita ainda os ganhos a partir do Refis (Programa de Recuperação Fiscal), os diferimentos do prazo para pagamento do Simples Nacional no período e a situação ruim criada pela pandemia em meados do ano passado como razões para a retomada da arrecadação.

“No início do segundo semestre do ano passado estávamos saindo da primeira onda de mortes e ainda tínhamos uma indecisão sobre vacinação. As empresas passavam por dificuldades e foi quando o governo começou a discutir alternativas adicionais, porque a redução do salário e das jornadas já havia sido realizada”, reforça o tributarista.

Com os dados, os especialistas consultados pelo R7 indicam que há uma fidelidade maior do novo Caged em relação à situação atual do mercado de trabalho, já que os dados da Pnad são divulgados com uma defasagem maior. “Ninguém foge do Caged, porque ele, de uma forma ou de outra, tem os parâmetros da situação do emprego no Brasil”, ressalta Peccini.

No entanto, Soares destaca que os números do IBGE não são incorretos e apenas utilizam uma coleta diferente, com os indicativos dos profissionais informais. “Você não pode distorcer os números da Pnad, que mostram uma grande procura por emprego e as pessoas desalentas, que não estão procurando por uma colocação, e formam o grande número de desempregados no País”, observa ele.

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