A remuneração média recebida pelos trabalhadores brasileiros ao longo do terceiro trimestre cresceu 3,7% e alcançou os R$ 2.737, número que esconde distorções nos salários recebidos entre as unidades da federação.
De acordo com números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os profissionais do Distrito Federal têm o maior salário médio do país: R$ 4.793, valor que corresponde ao dobro daquele recebido em 14 estados brasileiros.
A remuneração recebida na capital federal é também quase três vezes superior àquela oferecida aos trabalhadores da Bahia (R$ 1.729) e do Maranhão (1.697). Os dados fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) com números do terceiro trimestre de 2022.
Carlos Caixeta, economista associado ao IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), explica que os dados ilustram a situação do mercado de trabalho da capital federal, onde 21,1% dos profissionais ocupados se enquadram como funcionários públicos, percentual equivalente a cerca de 339 mil pessoas.
“O salário médio do Distrito Federal é historicamente mais alto porque reflete o maior custo de vida, e também porque a média salarial do setor público é maior do que no setor privado, na comparação com as mesmas categorias tanto dos funcionários na ativa quanto dos aposentados”, afirma ele.
Acre (R$ 2.311), Amapá (R$ 2.310), Roraima (R$ 2.291), Paraíba (R$ 2.197), Amazonas (R$ 2.083), Piauí (R$ 2.058), Rio Grande do Norte (R$ 2.015), Pará (R$ 2.005), Sergipe (R$ 1.939), Ceará (R$ 1.908), Pernambuco (R$ 1.844) e Alagoas (R$ 1.843), completam a lista de estados com salário médio mais de 50% inferior ao pago no DF.
Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro completam o pódio dos salários brasileiros, com valores médios de, respectivamente, R$ 3.319 e R$ 3.275, valores cerca de 30% abaixo dos praticados do Distrito Federal e ainda 20% superiores à média nacional.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, houve expansão do rendimento nas regiões Sul e Centro-Oeste, enquanto as demais regiões permaneceram estáveis. Já ante os meses se abril e junho, o salário médio cresceu em todas as regiões do país.