O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou nesta quinta-feira (10) a suposta demora dele e de seus aliados para indicar um candidato à eleição da nova presidência da Câmara, marcada para fevereiro. Segundo Maia, “sair em primeiro não significa nada”.
O escolhido pelo grupo terá como principal adversário o líder do PP e do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Ele lançou candidatura oficial na quarta-feira (9), mas há meses já vinha articulando o seu nome nos bastidores.
Para efeito de comparação, Maia citou a situação do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), que acumula três derrotas na disputa à Prefeitura de São Paulo após largar na frente nas pesquisas de intenção de votos.
“Você acompanha as eleições em São Paulo, não acompanha? Há quantas eleições o Celso Russomanno sai na frente e termina em último? Ou em quarto ou terceiro? Sair em primeiro não significa nada. O que significa é a construção de um projeto político que fique de pé”, afirmou Maia.
“Esse é o nosso propósito: construir um projeto que fique de pé e que garanta a independência à Câmara livre da interferência do Poder Executivo ou do Poder Judiciário”, prosseguiu.
Maia afirma que os dois principais grupos que disputam o comando da Câmara são favoráveis à agenda econômica do governo, mas parlamentares liberais que não integram a base aliada podem retirar o apoio a esses temas em razão da insistência ideológica do governo Bolsonaro.
Na avaliação do presidente da Câmara, trata-se de “um jogo de alto risco para o governo”.