A Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira uma operação que tem entre os alvos militares do alto escalão do Exército ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre eles está o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e conselheiro do ex-mandatário da República.
Heleno foi o primeiro comandante da Força de Paz das Nações Unidas no Haiti, entre 2004 e 2005, com um efetivo de 6.250 homens. Ele também foi comandante militar da Amazônia entre 2007 e 2009. Heleno também foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, no Rio de Janeiro, local onde conheceu o ex-preisdente , no final dos anos 1970
O militar, muito antes de se tornar próximo de Bolsonaro, já atuava junto aos chefes do Executivo desde jovem, quando foi nomeado em 1977 ajudante de ordens de Sylvio Frota, então ministro do Exército durante o governo Ernesto Geisel.
O general começou sua formação nas Forças Armadas como cadete, em 1964. Lá ele fez cursos de educação física, paraquedismo militar, mestre de salto e operações na selva.
Atuação no governo Bolsonaro
À frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, a quem está subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o general da reserva Augusto Heleno se tornou uma das principais vozes do Palácio do Planalto, diferenciando-se de seus antecessores. Era figura assídua nas transmissões ao vivo feitas pelo presidente no Facebook.
Heleno foi inicialmente convidado para ser vice na chapa de Bolsonaro. Ele chegou a aceitar o convite, mas o PRP, partido ao qual estava filiado à época, vetou a coligação. Na sequência, Heleno solicitou sua desfiliação.
— A escolha dos ministros foi do presidente da República, bem como a minha mudança da Defesa para o GSI. Estou plenamente satisfeito e realizado profissionalmente como ministro do GSI, que cumpre um papel relevante na estrutura do governo. O cargo me orgulha e motiva sobremaneira — disse na época Heleno.