Arthur César Pereira de Lira, de 51 anos, chegou à presidência da Câmara dos Deputados após muito empenho.
Ele é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP). É advogado e tem negócios no meio rural.
Está em seu 3º mandato na Câmara. Chegou à Casa em 2011. Antes, foi vereador em Maceió de 1993 a 1999. Depois, deputado estadual. Passou por PFL (hoje DEM), PSDB, PTB e PMN.
Ocupou postos importantes no Congresso, como a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e da CMO (Comissão Mista de Orçamento). Também foi líder do PP e do Centrão.
Esse grupo existe no Legislativo desde a Constituição, mas voltou a ganhar notoriedade durante a gestão de um antigo aliado de Lira: Eduardo Cunha (MDB-RJ), ex-presidente da Câmara que foi cassado e preso.
Assim como Cunha fizera, Lira aglutinou o Centrão em torno de si. Em 2019 e 2020 foi o deputado mais poderoso da Câmara depois do então presidente, Rodrigo Maia.
O integrante do PP se aproximou de Jair Bolsonaro ao longo de 2020. Intermediou e articulou a transformação de seu grupo político na Câmara em apoio ao governo. Assim, tornou-se o candidato favorito do Palácio do Planalto.
O governo se empenhou por Lira. Ofereceu cargos e influência sobre o destino de recursos públicos a deputados que apoiam o candidato do PP.
A campanha de Baleia Rossi reclamou de interferência do governo em diversos momentos. Rodrigo Maia, principal articulador da candidatura de Baleia, chegou a dizer que o Executivo havia prometido um total de R$ 20 bilhões para obras nas bases de deputados pró-Lira.
Arthur Lira teve, ainda, outra vantagem sobre Baleia Rossi: o emedebista virou candidato apenas no fim de dezembro. Nessa altura, o deputado do PP tinha apoios costurados.
Lira pode dedicar mais tempo a negociações “no varejo” –conversando individualmente com deputados, em vez de falar com as cúpulas partidárias.