O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que a compra da vacina Sputnik V pelo Brasil só avançou depois da reunião do fundo russo com Lula. Como a coluna da Bela Megale publicou, em novembro Kirill Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento do imunizante, teve uma videoconferência com o líder petista e seus ex-ministros da Saúde.
Na conversa, segundo Padilha, Dmitriev mostrou desânimo em avançar nas tratativas com o governo brasileiro. Àquela altura, a parceria do fundo russo com a Tecpar, empresa do governo do Paraná que despontou como primeira interessada a trazer a Sputnik V para o Brasil, já tinha caído por terra.
– Na reunião ele disse que a parceria com o governo do Paraná não havia progredido e que o fundo russo estava desistindo do Brasil. Na reunião com o ex-presidente Lula, trabalhamos para que eles não desistissem e mostramos outros caminhos para a Sputnik, em especial com o Consórcio do Nordeste. – disse Padilha. Os estados do Nordeste formalizaram na semana passada a compra de 37 milhões de doses da vacina russa, tendo o Ministério da Saúde como intermediário. Os imunizantes farão parte do plano nacional de vacinação.
Ontem, foi divulgada a informação de que um relatório do governo dos Estados Unidos elaborado na gestão de Donald Trump mostra que os americanos pressionaram o Brasil para não comprar a Sputnik V.
– Essa informação não foi dada por Dmitriev na reunião. Mas a gente tinha ideia de que alguma pressão deveria estar sendo feita pelo governo Bolsonaro e o documento dos EUA mostrou que isso se concretizou.