O Fundo Russo para Investimento Direto (RDIF), responsável pelas negociações para fornecimento da vacina Sputinik V ao exterior, apontou motivação política na decisão da agência reguladora Anvisa de recusar autorização para o Brasil importar o imunizante. A informação é do RT, canal russo de notícias, em seu site.
“Infelizmente, a demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em aprovar a autorização para importação e uso da vacina Sputnik V no país é de natureza política e nada tem a ver com acesso a informações. Sobre a vacina ou ciência “, eles sublinham de RDIF na conta oficial da vacina no Twitter.
Apesar disso, Dmitri Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (27) que a Rússia continuará mantendo contatos com o Brasil sobre sua vacina e, se necessário, fornecerá informações adicionais à agência reguladora Anvisa.
“Os contatos continuarão. Se não houver dados suficientes, eles serão fornecidos, não haverá dúvidas”, enfatizou Peskov.
Em declarações aos jornalistas, o porta-voz lembrou que o Fundo Russo está encarregado de conduzir as negociações sobre o fornecimento de vacinas no exterior e é responsável por “atender à enorme demanda global pelo Sputnik V.”
A Anvisa decidiu nesta segunda-feira contra a importação do Sputnik V para o Brasil, alegando falta de informações que garantam a segurança, qualidade e eficácia do medicamento.
Às vésperas da discussão, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aprovou o lançamento comercial da vacina, por considerá-la “segura”.
O Sputnik V tem eficácia de 97,6%, conforme relatado em 19 de abril pelo Fundo Russo, após uma análise dos dados de 3,8 milhões de cidadãos russos vacinados.
Além disso, os ensaios clínicos de fase 3 estão em andamento nos Emirados Árabes Unidos, Índia, Venezuela e Bielo-Rússia. Até o momento, esse medicamento foi registrado em mais de 60 países.