O Ministério de Saúde da Rússia anunciou no dia 15 de dezembro o desenvolvimento de uma vacina contra o câncer com a tecnologia do RNA mensageiro, a mesma usada para fazer algumas das vacinas contra a covid-19. Segundo o diretor do Centro de Pesquisa Médico em Radiologia Andrey Karpin, a vacina será distribuída a pacientes de graça. A informação foi veiculada pela rádio russa Rossiya.
O diretor do Centro Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Alexander Gintsburg disse à agência russa Tass que ensaios pré-clínicos mostraram que a vacina é capaz de inibir o crescimento de turmores e potenciais metástases.
A notícia foi recebida com cautela por pesquisadores da área. À revista Newsweek, o professor Kingston Mills, imunologista do Trinity College, em Dublin, na Irlanda, alertou que é preciso manter o ceticismo até que seja possível avaliar os dados dos testes clínicos.
“Não há nada nos periódicos científicos sobre isso”, disse. “Não vi nenhum estudo sobre isso, então não tenho nada para dizer em termos de ciência”. O especialista admitiu, contudo, que a ideia de desenvolver uma vacina contra o câncer é real. Tanto é que já há uma vacina que previne câncer associado ao HPV.
Mills questiona, porém, a ideia de que uma vacina seja eficaz para todos os tipos de câncer, porque são vários os mecanismos causadores da doença.
Em fevereiro deste ano, o presidente russo Vladimir Putin, disse que os cientistas do país estavam próximos de criar vacinas contra o câncer e uma nova geração de drogas imunomoduladoras, sem dar maiores detalhes.
O câncer é uma das doenças que mais matam no mundo e o tema atraiu o interesse dos brasileiros, passando a ser um dos mais buscados no país, segundo o Google Trends.