Minutos depois de ser confirmada a escolha do delegado Anderson Torres para o Ministério da Justiça, os primeiros sinais enviados para a cúpula da Polícia Federal foram segundo a Folha de S. Paulo de que não haverá troca imediata no comando, mantendo, por ora, Rolando de Souza.
O clima interno é de apreensão sobre mudanças, mas de alívio por Torres ter virado ministro e não diretor-geral. A expectativa, porém, é que, nos bastidores, haverá disputas: o novo titular e Alexandre Ramagem, da Abin, não se dão bem.
Padrinho do atual diretor-geral e da extrema confiança de Jair Bolsonaro, Ramagem competiu por espaço com o agora ministro desde o início do governo. Nos bastidores, aliados de Torres entendem que o chefe da Abin era responsável por desacreditá-lo nos bastidores com o presidente.
Por essa situação, a apreensão na cúpula da PF é maior para saber se o novo ministro tentará tirar Souza por causa da competição com Ramagem. Ainda assim, a impressão continua a mesma: quem vai fazer o nome do próximo diretor-geral da Polícia Federal é o presidente e não o ministro.
O maior receio com relação a Torres é pela proximidade com os Bolsonaros. Desde as acusações de Sergio Moro, a PF vive momento conturbado, tentando afastar a imagem de que haja interferência. Aliados do novo ministro afirmam que ele fará bem para o órgão e defenderá a categoria mais do que todos os antecessores.