A âncora fiscal proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de finalizar 2023 com a economia em aceleração, seria o motivo do desentendimento nos bastidores entre Haddad e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Isso porque, o governo federal trabalha com uma meta de crescimento de 2,5% a 3% para este ano e medidas com essa finalidade adotadas pela gestão petista têm sobrecarregado os cofres públicos, o que traria impacto negativo com a política fiscal proposta pelo titular da Fazenda. A informação é do Estadão, que aponta que o governo já trabalha com a possibilidade de perda de tração econômica no país já em março.
A retomada do crescimento da economia em 2024, caso sejam implementadas as sugestões de Haddad, na visão de membros do governo entrevistados pelo Estadão, é percebida como uma pedra no caminho nas pretensões de Lula para a economia e isso poderia ter sido o motivo do “fogo amigo” entre o ministro da Fazenda e Rui. Soma-se a isso, segundo a reportagem, a manutenção a taxa Selic no patamar de 13,75% pelo Banco Central.
Esse embate estaria sendo visto e tratado por Lula como uma reedição do início do seu primeiro mandato, quando o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e Antonio Palocci , na Fazenda, se desentendiam sobre os rumos da economia. Na época, o petista chama Dirceu de “capitão” e Palocci de “craque do time”, em alusão a um time de futebol, para explicar o modo de agir dos dois. Na época, o titular da Fazenda começou a ganhar mais força no ninho petista após o Produto Interno Bruto (PIB) mostrar taxas de crescimento.
Nesse mesmo sentido, recentemente, o ex-governador baiano foi chamado pelo presidente de “minha Dilma de Calças”, em uma alusão na forma como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foi ministra da Casa Civil nos primeiros governos Lula, geria a equipe ministerial do período.