O governador Rui Costa (PT) disse que a pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia “não tem capitalidade” e está “muito frágil”. A fala ocorreu segundo o jornalista Rodrigo Daniel Silva, do Tribuna, na entrevista à rádio Metrópole na última semana. No momento em que fez a declaração, o petista não sabia que estava ao vivo.
“O nome (ACM Neto) é forte pela memória do nome (de ACM). Os eventos dele são todos muito fracos. Tanto é que ele não está conseguindo fazer eventos e resolveu começar a pongar em evento oficial. Ele foi no aniversário de Gongogi. Foi em uma coisa em Aramari. Ele está começando a pongar nos eventos oficiais. A gente tem fotos de todos os eventos que ele fez de campanha. Todos, há mais de um ano. Todos vazios. Ele foi agora a Santa Maria da Vitória, que o prefeito é de José Rocha, que ficou com eles, tinha um auditório enorme e estava ocupado nas três ou quatro primeiras filas da frente e o resto estava tudo vazio. Ou seja, não é aquela onda que teve em Waldir e algumas campanhas. (Com Waldir) teve o nome grande e uma avalanche quando vai passando. (ACM Neto) tem o nome, mas está muito frágil embaixo. Não tem capilaridade”, disse Rui.
O governador afirmou ainda que está se dedicando mais à política do que à gestão nos últimos tempos. Ressaltou que está “mil por hora” para eleger Jerônimo Rodrigues (PT) o próximo governador da Bahia. “Ultimamente (tenho me dedicado) mais a política. Estou rodando, articulando candidaturas nos lugares, montando as chapas. Mas está bem”, disse ele. “A minha mulher diz: ‘ele não trabalhou tanto em 2014 e 2018 como está trabalhando agora. De fato, eu estou. Quando você não é candidato, eu não tenho agenda de candidato, dá mais tempo para você trabalhar na articulação, na preparação. Ouvi mais e articula mais. Agora, estou botando candidaturas nas principais cidades onde está vazio para preencher e fortalecer a chapa”, acrescentou.
Rui ainda cutucou o antigo aliado Marcelo Nilo (Republicanos), que é cotado para ser o vice de ACM Neto. “Eu não sei o que vai fazer da vida. Eu quero passar isso tudo e perguntar: ‘o cabra que sabe fazer política não vai ser candidato a nada’. Sabe quantos prefeitos ele tem hoje? O irmão dele e um de Itaberaba. Não tem mais nada. Nada”, pontuou.
O governador voltou a dizer que o desempenho de Jerônimo Rodrigues nas pesquisas internas o surpreendeu.
“As pesquisas que a gente faz quando associa ele ao meu nome e ao de Lula, ele já passa em todas as regiões. Fizemos por região. E, para surpresa nossa, no Extremo Sul, Neto fica em terceiro (lugar) quando associa a imagem a alguém. Jerônimo fica em primeiro com 40 e poucos. Depois, vem João Roma, porque é uma região mais bolsonarista, o Extremos Sul, com 22%. Ele vem em terceiro com 19 ou 20%. Até a tese de Wagner é essa, acho pouco provável de se materializar, mas a tese de Wagner é de que João Roma vai comer uma boa parte (do eleitorado) dele (ACM Neto). A onda de Lula aqui na Bahia é muito forte”, pontuou.
Ainda na entrevista, o governador declarou que tem se “sentido mais leve” depois que o vice-governador João Leão (PP) rompeu e foi para a base de ACM Neto. Neste momento, um assessor entrou e avisou a Rui que ele estava ao vivo na rádio.