Rui diz que não cometerá crime de responsabilidade sobre professores grevistas

O governador Rui Costa (PT) falou pela primeira vez, nesta sexta-feira (5), sobre a greve deflagrada por professores de três universidades estaduais: Uneb, Uesb e Uefs. A categoria reivindica aumento salarial e ampliação do orçamento das unidades de ensino superior no estado.

No entanto, segundo o chefe do Executivo, governo estadual não pode aumentar os gastos neste momento. “As pessoas precisam se dar conta do que está acontecendo no Brasil. Estamos no limite da nossa capacidade financeira no sentido de contratação de pessoal, de remuneração. Desejo de ter um orçamento maior, de ter mais recursos, eu também tenho. Qualquer greve neste momento só faz agravar, piorar a situação, e nós não encontraremos soluções com manifestações grevistas. Você pode ter, no máximo, o fortalecimento de alguma liderança sindical que busca se afirmar neste momento. A única coisa que conseguiremos com a greve eventualmente é promover algumas lideranças sindicais. Fora isso, a situação só vai se agravar. Não temos condições de ir além do que já estamos fazendo com o quadro de pessoal”, explicou Rui Costa em conversa com a imprensa nesta manhã no lançamento do Plano Plurianual (PPA) 2023-2023 no Centro de Operações e Inteligência (COI) da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

O governador lembrou que não vai gastar mais do que arrecada nas finanças do Estado. “O esforço no ano passado foi cobrir um déficit da Previdência de R$ 4 bilhões. Fizemos, ao longo destes quatro anos, promoções para os professores, incluindo professores universitários, é o que conseguimos fazer. Greve não vai ajudar em nada. Não é a greve que vai me tirar da minha responsabilidade. A greve não vai mudar meu jeito de ser no sentido de ser responsável. Eu não vou gastar mais do que eu arrecado. Não é isso que vai me fazer mudar a minha seriedade e o meu comportamento. Eu só vou gastar o que eu arrecado”, afirmou.

Ainda segundo Rui Costa, as contas do governo estão em vias de ultrapassar o limite legal de gastos instituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “No último relatório, o gasto com pessoal, que tem como limite o índice de 46,17%, ficou em 46,13%. Não vou cometer crime de responsabilidade”, enfatizou o petista.