O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, procurou a cúpula da Abin nesta sexta-feira (20) de acordo com a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, após a Polícia Federal deflagrar uma operação para apurar o uso irregular de um sistema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares pela agência.
A coluna apurou que ainda pela manhã, enquanto a PF cumpria mandados de prisão e de busca e apreensão contra servidores da Abin, Costa se reuniu com o diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, no Palácio do Planalto. O encontro não foi registrado na agenda oficial do ministro.
A Abin é subordinada à Casa Civil. Segundo fontes da pasta, a operação desta sexta intensificou a pressão dentro do Planalto para que Costa troque o comando do órgão. A agência é comandada atualmente por Luiz Fernando Corrêa, que chefiou a PF no segundo mandato de Lula.
Investigação da PF
Segundo investigação da PF, servidores da Abin usaram o sistema secreto para monitorar jornalistas, advogados, políticos e até ministros do STF durante os três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro. Na época, o órgão era comandado por Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL.
Com base na investigação, a PF cumpriu nesta sexta 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão, a maioria contra servidores da Abin. A operação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que também determinou o afastamento de alguns chefes da agência.
Entre os afastados está o secretário de Planejamento e Gestão da Abin, Paulo Fortunato, número 3 da hierarquia do órgão. Como mostrou a coluna, foi a segunda vez que Fortunato foi afastado de um cargo de chefia da agência. O mesmo já havia acontecido em 2008, no segundo governo Lula.