A morte por Covid-19 do ator e diretor Paulo Gustavo gerou comoção e lamento entre diversas autoridades políticas do Brasil.
Desde que a morte foi confirmada, na noite desta terça-feira (4), o presidente, governadores, deputados, senadores e outros políticos foram às redes sociais para prestar solidariedade à família e aos fãs de Paulo Gustavo.
O ator tinha 42 anos e deixa dois filhos de um ano, Romeu e Gael, e o marido, Thales Bretas.
Confira as mensagens de políticos brasileiros pela morte de Paulo Gustavo:
Jair Bolsonaro, presidente da República
– Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid. pic.twitter.com/qP9lN8udaP
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 5, 2021
Bruno Reis, prefeito de Salvador
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República
Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Paulo Gustavo. A covid levou hoje mais um de nós. Um grande brasileiro, que brindou nosso país com tanta alegria. Descanse em paz. Seu talento jamais será esquecido.
— Lula (@LulaOficial) May 5, 2021
Rui Costa, governador da Bahia
Um jovem talentosíssimo, com uma carreira de sucesso e um futuro promissor. Paulo Gustavo também era filho, marido e pai de duas crianças. Mais uma história interrompida pela Covid-19. Deixa a família e uma legião de fãs. Que triste! Meus sentimentos aos familiares, amigos e fãs. pic.twitter.com/XOMI8ag3HS
— Rui Costa (@costa_rui) May 5, 2021
João Doria, governador de São Paulo
Brasil perde Paulo Gustavo. Um dos maiores nomes do showbiz do Brasil na última década. Paulo Gustavo deixa enorme legado ao teatro, tv e cinema do País. Meus sentimentos aos familiares e amigos.
— João Doria (@jdoriajr) May 5, 2021
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
Em nome da Câmara, manifesto a minha solidariedade e a de todos deputados aos familiares e amigos do ator Paulo Gustavo. Sua obra e seu talento conquistaram a alegria e a admiração de todos e sua partida, tão cedo, deixa enorme tristeza, vazio e dor no coração dos brasileiros.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) May 5, 2021
ACM Neto, ex-prefeito de Salvador
O Brasil chora hoje a morte de Paulo Gustavo, um artista jovem e talentoso que nos proporcionou boas risadas. Muito triste ver mais uma história interrompida pela covid. Meus sentimentos aos familiares e amigos. ??
— ACM Neto (@acmneto_) May 5, 2021
Renan Filho, governador de Alagoas
Meu sentimentos aos familiares e amigos do ator Paulo Gustavo. Que Deus conforte a todos.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) May 5, 2021
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
“A máscara esconde algo precioso, o sorriso”, disse o Paulo Gustavo, em um especial de TV. Mais uma perda para a tragédia coletiva da Covid-19. Meus sentimentos à família. Como ele disse no mesmo vídeo: “a gente não vai deixar de sorrir, a gente não vai deixar de ter esperança”.
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) May 5, 2021
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará
Lamento muito o falecimento do ator Paulo Gustavo, mais uma vítima da Covid-19. Será sempre lembrado por sua alegria e sua arte. Que Deus conforte todos os familiares, fãs e amigos. ?
— Ciro Gomes (@cirogomes) May 5, 2021
Trajetória de Paulo Gustavo
Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 1978. Ele pertence a uma geração de comediantes que se formaram na Casa de Artes de Laranjeira, a CAL, no Rio, como Fábio Porchat e Marcus Majela, entre outros. Seu primeiro sucesso aconteceu em 2004 quando, na peça Surto, apresentou a personagem que marcaria sua carreira, Dona Hermínia. No ano seguinte, após se formar na CAL, passou a integrar o elenco de Infraturas, mas o grande reconhecimento de público veio em 2006 com o espetáculo Minha Mãe é uma Peça, que rendeu três adaptações para o cinema (2013, 2016 e 2019), que conquistaram enorme bilheteria.
Segundo o jornal Estado de S. Paulo, Dona Hermínia surgiu como uma brincadeira, quando ele imitava a própria mãe e os colegas morriam de rir. Trata-se de uma típica dona de casa que, sempre à beira de um ataque de nervos, toma as atitudes mais engraçadas. Além de inspirar a peça, tornou-se um dos personagens fixos do programa de TV 220 Volts, no canal Multishow.
Não foi fácil transpor de uma mídia para outra e ainda preservar o sucesso. A mãe da peça era diferente em relação à que aparece na tela. “Mudamos tudo, a maquiagem, o gestual, até essa coisa de o ex-marido e os filhos aparecerem, o que não se dá nem na peça nem na TV. É outra coisa, realmente”, contou Paulo Gustavo ao Estadão, em 2013.
Paulo Gustavo dizia que devia tudo à mãe, às tias. “Meu avô dizia que, por baixo daqueles vestidos, elas eram todas homens”, comentou, com uma risada escandalosa.
A transformação do teatro para o cinema, aliás, foi uma decisão pessoal. “No filme Divã, eu era ator contratado. Fiquei de bico calado. Fazia o cabeleireiro da personagem de Lília Cabral. Aqui, a personagem é minha, o filme é meu. Palpitei em tudo. O roteiro é do Fil Braz e meu. Mas o André (Pellenz, diretor) sabe tudo de cinema. Essa coisa do ritmo, da edição, tudo o que se refere ao visual, ao cenário, André é fera.”
Voltando à sua trajetória, Paulo Gustavo protagonizou outra peça em 2010, Hiperativo, dirigido por Fernando Caruso – o título descrevia bem sua personalidade. No ano seguinte, assumiu a apresentação do programa 220 Volts e, em junho de 2013, ainda no Multishow, estreou o sitcom Vai que Cola, que também ganhou uma adaptação para o cinema, em 2015.
Mas o estrondoso sucesso de Minha Mãe é uma Peça nas telonas o convenceu a voltar para uma terceira parte – e o público comprovou que não estava cansado da personagem. Na época do lançamento, Paulo Gustavo disse ao Estadão que gostaria de atingir um público maior com Minha Mãe 3. “Não me importo de fazer mais, nem temo a concorrência. Já enfrentamos Star Wars no passado e Frozen. Qual era o Star Wars? Ah, sei lá. Nossos números são grandes, mas deveria haver reserva de mercado para a produção nacional. Os filmes grandes atraem público e as pessoas sabem que vão se divertir com D. Hermínia. Mas há filmes menores que também têm de ter espaço. O público precisa se conscientizar disso, o mercado também”.
Naquela terceira parte, agora dirigida por Susana Garcia, D. Hermínia vai morar sozinha, já que a filha está grávida e o filho vai se casar. Ela também encara a volta do ex-marido (Herson Capri). “Dá para imaginar muitas tramas para manter a D. Hermínia ocupada no ar”, afirmou Gustavo.
Criado em uma família de classe média no Rio, Paulo Gustavo nunca teve problema com sua sexualidade, desde jovem. Em dezembro de 2015, casou-se com o dermatologista Thales Bretas e, quatro anos depois, nasceram os filhos Romeu e Gael, nascidos de diferentes barrigas de aluguel.