Em petição apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Antônio Rueda, eleito novo presidente do União Brasil, pediu à Corte que investigue uma suposta declaração do atual mandachuva da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), sobre a contratação de pistoleiros para matá-lo. O relato, segundo a defesa de Rueda, foi feito por um empresário que teria ouvido Bivar falar isso ao telefone com uma terceira pessoa, não identificada. Procurado, o parlamentar disse se tratar de “ardil fantasioso”.
A guerra entre os dois começou no mês passado, quando Rueda, então vice-presidente do União Brasil, deixou clara sua intenção de substituir Bivar na presidência da legenda. Dias antes da eleição para o cargo, no dia 29 de fevereiro, o advogado diz ter recebido uma ligação do deputado com ameaças à sua vida e à da sua família. O deputado nega ter ameaçado a família de Rueda, mas reconhece que discutiu e proferiu xingamentos ao telefone.
No documento, a defesa do presidente eleito do União Brasil relata ainda outra suposta declaração de Bivar considerada como ameaça, de que teria separado R$ 20 milhões para acabar com a vida do ex-aliado. A fala, segundo cita a representação, foi presenciada pelo presidente da Câmara de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), no dia em que foi eleito como novo presidente da legenda.
A defesa de Rueda cita um pronunciamento de Bivar naquela data, antes da eleição do partido, como um elemento de ameaça. Na ocasião, o deputado afirmou: “Eu peço que Deus cuide dos meus amigos, lhes dê saúde, que dos meus inimigos cuido eu”.
A suposta menção aos pistoleiros, por sua vez, foi feita uma semana depois, no dia 6 de março, segundo os advogados de Rueda.
Outra questão citada pelos defensores é que em meio à disputa, a Comissão Executiva do União Brasil, presidida por Bivar, pediu a Rueda que devolvesse um carro blindado cedido pelo partido a ele. Para os advogados, isso “indica a veracidade das ameaças proferidas contra a vida” de Rueda e de seus familiares.
Soma-se a este cenário os incêndios nas casas de praia do presidente eleito do União Brasil e de sua irmã, Maria Emília Rueda, tesoureira da sigla, no último dia 11. Para a defesa de Rueda, que acredita que os incêndios tenham sido criminosos, as ameaças que foram realizadas nas últimas semanas são indícios que apontam “para a possível autoria de Luciano Bivar”. O deputado, por sua vez, nega.
— Não (foi crime político). Isso é ilação. Tudo você tem que comprovar — afirmou na semana passada quando questionado sobre os incêndios.
As ameaças foram inicialmente relatadas à Polícia Civil, mas remetida à STF porque Bivar tem foro privilegiado. A petição feita pela defesa de Rueda está com o ministro Nunes Marques, que no último dia 15 enviou a peça para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).