Além da empresária Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza (MGLU3), outros três empresários deixaram a lista global de bilionários da Forbes neste mês.
De acordo com a colunista
Vitória Fernandes, da Forbes, Rubens Menin, cofundador e CEO da construtora MRV (MRVE3), e Candido Koren de Lima Junior e seu irmão mais velho, Jorge Koren de Lima, filhos do fundador e integrantes do conselho da Hapvida (HAPV3), sofreram fortes reduções de patrimônio nos últimos meses e agora possuem fortunas inferiores a US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões).
A perda financeira é resultado da queda das ações das respectivas companhias, que enfrentaram de formas diferentes a pandemia e o aperto monetário pelo qual o país está passando na tentativa de frear a inflação crescente. Para isso, é necessário avaliar cada caso individualmente.
Menin viu sua fortuna chegar ao nível mais alto em julho de 2021, quando atingiu US$ 3,9 bilhões (R$ 19,5 bilhões) de patrimônio. No período, as ações da MRV também passavam por um bom momento, cotadas a R$ 16,50.
Porém, em apenas um mês, a situação já era outra. Os papéis da corretora recuaram 25% até agosto do mesmo ano e desde lá continuam em tendência negativa. Nos últimos 11 meses, os ativos da empresa perderam mais de 50% de seu valor, que hoje (15) estão cotados a R$ 8,14.
Assim, em dezembro, o CEO já havia perdido 66,6% de seu patrimônio, que chegou a US$ 1,3 bilhão (R$ 6,5 bilhões). Em março de 2022, a situação mostrou leve melhora, com a valorização de sua fortuna para US$ 1,6 bilhão (R$ 8 bilhões), mas não evitou a queda para menos de US$ 1 bilhão neste mês.
As margens da companhia foram fortemente afetadas pela inflação, que hoje atinge 11,73% no acumulado do ano. No balanço do 1º trimestre do ano, a empresa lucrou R$ 78,2 milhões e contou com vendas líquidas de R$ 1,7 bilhão.
Candido e Jorge, filhos de Candido Pinheiro Koren de Lima, fundador e CEO da Hapvida, viram sua fortuna atingir o ponto alto de US$ 2,1 bilhões (R$ 10,5 bilhões) no fim de junho de 2021, junto com o avanço da vacinação contra o coronavírus.
Na época, as ações estavam cotadas a R$ 15,80 e passavam por o que parecia ser um momento de calmaria após tanta instabilidade durante a pandemia, principalmente para o setor de hospitais.
Até setembro do mesmo ano, os papéis se mantiveram estáveis. Porém, nos últimos três meses do ano, as ações da Hapvida recuaram 32% para R$ 10,3 e desde lá, a queda se acentuou.
Nos últimos 11 meses, as perdas acumularam 63,9%, atingindo o valor por ação de R$ 5,7 hoje.
Em seis meses, de junho a dezembro de 2021, a fortuna dos empresários da Hapvida recuou 33,3%, atingindo US$ 1,4 bilhão (R$ 7 bilhões).
Em janeiro, a empresa anunciou a fusão com a NotreDame Intermédica, outra gigante do setor que estava listada na Bolsa de Valores. Porém, a união não trouxe grande fôlego para a companhia. A Hapvida encerrou o 1º trimestre de 2022 com prejuízo de R$ 181,9 milhões.
O CEO da companhia, Candido Koren de Lima, pai dos empresários, continua na lista de bilionários, com patrimônio de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões).