A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, criticou nesta segunda-feira (7) a falta de representatividade de mulheres nos espaços de poder. A declaração da ministra ocorre conforme Mariana Muniz, do O Globo, em meio a pressões para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolha uma mulher para ocupar a vaga que será aberta com a sua aposentadoria, no final de setembro.
— O déficit de representatividade feminina nos espaços de poder significa um déficit para a própria democracia brasileira — afirmou a ministra.
A declaração de Rosa ocorreu em Fortaleza, onde ela participa da Jornada Maria da Penha, evento promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Tribunal de Justiça do estado do Ceará (TJCE).
Em junho, durante encontro com o presidente da Finlândia, a presidente do STF criticou a falta de mulheres na Corte.
— Aqui no Brasil nós temos muitas mulheres na base da magistratura, na Justiça em primeiro grau, mas o número decresce no intermediário. Na cúpula, nos tribunais superiores, o número é ínfimo — afirmou a ministra.
Em resposta à afirmação de Rosa, Sauli Niinistö, que realiza visita oficial ao Brasil, disse que na Finlândia, dos 18 ministros da Corte Suprema, seis são mulheres.
Como mostrou o O Globo, Lula passou a mostrar-se menos resistente à ideia de escolher uma mulher para o STF. Com isso, ele indica que deve manter ao menos duas magistradas entre os 11 integrantes do tribunal. Até agora, contudo, o petista não encontrou uma jurista que possa ser considerada favorita à corrida.
Auxiliares do presidente que defendem a escolha de uma mulher veem o tempo como um aspecto que joga a favor da causa. Até o fim de setembro, quando Rosa deixará a Corte, Lula poderia criar uma relação de maior proximidade com algumas das cotadas pelo entorno do petista. Até hoje, só três mulheres chegaram ao topo da magistratura: além de Rosa, Cármen Lúcia e Ellen Gracie.