domingo 17 de novembro de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira — Foto: Reprodução/GloboNews
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sábado 9 de março de 2024 às 08:49h

Rombo fiscal chega a quase R$ 1 trilhão com juros da dívida

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No acumulado de 12 meses até janeiro, o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o pagamento de juros da dívida, registrou um déficit de R$ 991,9 bilhões. Esse saldo negativo nas contas se aproxima das máximas históricas observadas entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, durante o auge da pandemia de covid-19.

O montante do rombo de R$ 1 trilhão já foi alcançado em quatro meses na história: outubro de 2020, dezembro de 2020, janeiro de 2021 e fevereiro de 2021. O maior déficit foi registrado em janeiro de 2021, totalizando R$ 1,016 trilhão. Naquela época, os entes federados aumentaram seus gastos para mitigar os impactos negativos da crise sanitária na população.

Os dados, provenientes do Banco Central, abrangem o setor público consolidado, composto pela União, Estados, municípios e estatais. Em janeiro de 2023, o déficit nominal acumulado em 12 meses foi de R$ 497,8 bilhões, representando um aumento de R$ 494,1 bilhões em relação ao ano anterior.

Os gastos com os juros da dívida pública apresentaram um forte aumento nesse período. No acumulado de 12 meses até janeiro, o setor público consolidado despendeu R$ 745,9 bilhões com o pagamento de juros, alcançando o maior valor da série histórica iniciada em 2002.

Excluindo o gasto com pagamento de juros, o déficit primário do setor público consolidado foi de R$ 246 bilhões em 12 meses até janeiro.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou em março de 2023 que a elevação da taxa Selic está contribuindo para o aumento do déficit fiscal.

Dados do Banco Central indicam que o financiamento da dívida brasileira está mais caro. Em outubro de 2020, quando o déficit nominal ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão, a taxa básica de juros estava em 2% ao ano. Atualmente, encontra-se em 11,25%. Uma parte significativa da dívida está vinculada à Selic, e quanto mais altos forem os juros, maior será o esforço do setor público para financiar o passivo.

Quanto à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), esta atingiu 75% do Produto Interno Bruto (PIB), um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em janeiro, alcançou o maior nível desde julho de 2022, totalizando R$ 8,2 trilhões em valores.

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