O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo foi afastado do cargo neste domingo (6), conforme informação confirmada pelo colunista Caio Junqueira. O afastamento por 30 dias é por decisão da Comissão de Ética após denúncia de assédio sexual.
As investigações contra o ex-presidente da entidade devem começar já nesta segunda-feira (6). A denúncia foi protocolada na sexta-feira (4), e de acordo com o Código de Ética da organização, os trâmites investigativos começam no próximo dia útil após o recebimento da notificação.
Caboclo será investigado e julgado por duas câmaras diferentes, que fazem parte da comissão. A primeira é composta por cinco membros, e terá um relator escolhido pelo próprio presidente do conselho, Carlos Renato de Azevedo Ferreira. O grupo é responsável por apurar indícios, ouvir testemunhas e analisar provas da denúncia. A Câmara de Julgamento irá analisar o relatório dos integrantes, e aplicar as medidas cabíveis caso decidam pela condenação.
A acusação foi feita por uma funcionária que ocupa um cargo de confiança e trabalha há cerca de nove anos na CBF. No documento apresentado pelo escritório Ideses Advogados, que representa a suposta vítima, a defesa afirma ter provas dos fatos narrados e pede que o dirigente seja investigado e afastado. Os advogados também pedem investigação na Justiça estadual.
A CNN confirmou com fontes que o diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale, enviou um e-mail na noite de sábado (5) sugerindo que Caboclo se licencie da função até que a investigação seja concluída. Também justificou que, dessa forma, Caboclo conseguiria dedicar-se à própria defesa. O e-mail foi direcionado ao atual presidente e outros 22 dirigentes.
De acordo com a apuração, a maioria concordou com o conselho de afastamento feito por Megale. Ainda segundo fontes, outros dirigentes, porém, estariam tentando convencer Caboclo a renunciar e teriam justificado que seria mais honroso para o então presidente da instituição comunicar sua saída, do que ser afastado pela CBF.
Mas Caboclo estaria resistindo à ideia, e até o momento não teria reunido seus dirigentes para se explicar das acusações, o que estaria tornando sua situação cada vez mais delicada internamente.
Patrocinadores
Fontes internas afirmaram também que até patrocinadores da seleção já teriam manifestado incômodo com as acusações contra Rogério Caboclo.
Em nota enviada à CNN, a Nike, que estampa a camisa oficial da seleção, disse estar “profundamente preocupada com as graves acusações feitas ao presidente da CBF.” E que estão “acompanhando de perto a apuração do caso.” Finalizam dizendo que esperam que todas as descobertas sejam acionadas rapidamente.
O Itaú Unibanco também se posicionou, e disse que recebeu “com preocupação as acusações divulgadas nesta sexta-feira envolvendo o presidente da CBF. Na qualidade de patrocinador oficial da Seleção Brasileira de Futebol, o banco acompanhará de perto a apuração do caso e espera que a investigação seja profunda e célere.”, informaram.
Em nota, a defesa de Rogério Caboclo informou “que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF.”
Denúncia
Uma denúncia formal de assédio moral e sexual contra o presidente da instituição, Rogério Caboclo foi enviada à Comissão de Ética da CBF e a Diretoria de Governança e Conformidade na última sexta-feira (4).
A acusação foi feita por uma funcionária que ocupa um cargo de confiança e trabalha há cerca de nove anos na CBF. No documento apresentado pelo escritório Ideses Advogados, que representa a suposta vítima, a defesa afirma ter provas dos fatos narrados e pede que o dirigente seja investigado e afastado. Os advogados também pedem investigação na Justiça estadual.
Desde então, a funcionária encontra-se afastada de suas funções após, supostamente, apresentar problemas de saúde. Procurada pela CNN, a defesa dela, até o momento, não se manifestou.
Desde então, a funcionária encontra-se afastada de suas funções após, supostamente, apresentar problemas de saúde. Procurada pela CNN, a defesa dela, até o momento, não se manifestou.