O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por declarações sobre o “protagonismo” do Sul e do Sudeste na economia brasileira.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo publicada na semana passada, o governador defendeu o “protagonismo” da região na política e criticou o o favorecimento de Norte e Nordeste na reforma tributária.
Ele ainda comparou o Norte e Nordeste a “vaquinhas que produzem pouco”.
Potencial rival do sucessor de Zema nas próximas eleições de Minas Gerais, Pacheco acusou o governador de “cultivar a cultura da exclusão”.
“Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional. Fiquemos com seu exemplo”, publicou o presidente do Senado na rede social anteriormente conhecida como Twitter.
“Ao valoroso povo do Norte e Nordeste, dedico meu apreço e respeito. Somos um só país”, acrescentou.
Na entrevista ao Estadão, o governador afirmou que o Consórcio Sul-Sudeste, bloco criado em 2019, tem como função garantir o “protagonismo” da região na política proporcional ao que já é fato na economia.
“Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do país. Não é pouco, né? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos – que é o que nunca tivemos – que é protagonismo político”, afirmou.
Segundo Zema, o objetivo do bloco é coordenar a atuação dos estados da região para frear prejuízos determinados pelo Congresso, como ele acredita ser o caso na reforma tributária.
“Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população”, disse o governador.
“Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, acrescentou.
Governadores do Nordeste e o governo Lula reagiram com virulência contra Zema depois das declarações.
O consórcio de governadores do Nordeste acusou o governador mineiro de separatismo. Já o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), o chamou de “extrema-direita”.