O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou em seu discurso durante a cerimônia de posse neste domingo que há um sentimento de “renovada confiança” com a posse de Lula e Alckmin. O presidente do Senado destacou o histórico do petista na defesa da inclusão social. Pacheco afirmou que, nas eleições de outubro, a democracia brasileira foi testada e “saiu-se vitoriosa”.
O presidente do Senado disse que é possível que o último processo eleitoral tenha sido o mais importante da história do país desde a redemocratização. As informações são de Dimitrius Dantas e Fernanda Trisotto, do O Globo.
— É possível que tenha sido o processo eleitoral mais importante de nossa história após a redemocratização. O tempo dirá. As instituições foram capazes de garantir a vontade da soberania popular, que se manifestou por meio dos votos no processo eleitoral, e resultou na escolha majoritária da frente ampla defendida pela chapa vitoriosa — disse Pacheco.
O presidente sublinhou a chegada ao poder de dois políticos com experiência política.
— Há um sentimento de renovada confiança por estarmos diante de dois homens públicos experientes, capazes e habilidosos. Vossa Excelência, Presidente Lula, volta ao Palácio do Planalto com a experiência de oito anos de mandato, que se destacaram pela inclusão social, pelo crescimento econômico, pelo respeito às instituições.
Pacheco destacou ainda a posse de Geraldo Alckmin, lembrando que o vice-presidente já foi adversário de Lula em eleições passadas, mas aceitou a união nas últimas eleições.
— E volta ao lado de Geraldo Alckmin, ex-governador do Estado de São Paulo, antigo adversário nas eleições presidenciais de 2006, e agora seu vice, em um sinal claro de que o interesse do País está além e acima de questões partidárias. Um sinal de que é preciso unir forças pelo Brasil — afirmou.
Pacheco afirmou que o principal objetivo do novo governo será a união do país por meio da reconciliação dos brasileiros que discordaram nas eleições sobre o rumos do país. De acordo com o presidente do Senado, Lula e Alckmin devem incentivar atos de generosidade, desencorajar o revanchismo e “coibir com absoluto rigor atos de violência”.
Entre as pautas legislativas, Pacheco identificou a reforma tributária como foco de atuação do novo governo.
— Nós temos um sistema de arrecadação que precisa ser desburocratizado e simplificado para permitir mais justiça social. Essa reforma, junto com a elaboração do novo arcabouço fiscal, são as pautas prioritárias desse Congresso Nacional em 2023.
Pacheco destacou que vislumbra um Congresso Nacional com vontade de ajudar o Poder Executivo na aprovação de projetos relevantes, citando a negociação da PEC da Transição como um exemplo.
— Quero assegurar que o espírito dos Deputados, das Deputadas, dos Senadores e das Senadoras, é de cooperação. Tanto é verdade que, antes mesmo da posse do novo governo eleito, abrimos diálogo com o governo de transição para aprovar a Emenda Constitucional nº 126, de 2022, oriunda da chamada “PEC da Transição” — disse.
Antes de iniciar o discurso, Pacheco, que lidera a cerimônia por ser o presidente do Congresso Nacional, pediu um minuto de silêncio em respeito às mortes de Pelé e do papa emérito Bento XVI.
Pacheco assumiu o comando do Senado em 2021 e é considerado favorito a continuar no cargo com o início da próxima legislatura. Durante o governo Bolsonaro, manteve uma postura independente em relação ao Palácio do Planalto. No último ano, também fez um contraponto em relação ás dúvidas levantadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em relação à segurança das urnas.
Logo após a vitória do presidente Lula nas eleições, no dia 30 de outubro, Pacheco já havia dito que o papel do novo mandatário era “unificar o país”.