O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta terça-feira (16) que conflitos e polêmicas entre os poderes não farão o Brasil sair da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Maia fez a avaliação ao participar de uma videoconferência organizada por empresários. O presidente da Câmara afirmou que a crise política é um “ingrediente desnecessário” neste momento em que o país atravessa a pandemia.
Para Maia, o atrito político entre poderes “gera uma sinalização muito ruim” e uma “insegurança” para quem vive no Brasil e para investidores que queiram aplicar seu dinheiro no país.
“É óbvio que a crise política é mais um ingrediente do meu ponto de vista completamente desnecessário”, declarou.
“Cabe ao governo com o parlamento encontrar, dialogando com o setor produtivo, as soluções para que a gente possa superar essa crise. Ela não será superada com conflitos e polêmicos, ela será superada pela parte de todos com união, diálogo e a construção desses caminhos”, declarou.
Leilão do 5G
Maia também foi questionado sobre a politização da participação dos chineses no leilão que vai definir quem fornecerá a internet móvel de quinta geração, o 5G, no Brasil.
A chinesa Huawei é uma das principais empresas fornecedoras deste tipo de tecnologia. O leilão opõe os chineses ao americanos, que acusam a empresa de sofrer interferência do governo para coletar informações.
Alinhado ao presidente Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro tem dito que a escolha de quem fornecerá a estrutura levará em conta interesses da política externa e segurança dos dados.
Para o presidente da Câmara, politizar o tema pode atrasar e encarecer o custo do investimento na nova tecnologia.
“Acho que se o Brasil abrir mão dessa concorrência com a participação dos chineses, que podem ganhar ou podem perder, a gente sabe que pelo custo deles é um custo menor, nós vamos atrasar a implementação do 5g e o Brasil mais uma vez vai ficar pra trás na importação de uma tecnologia que tende a ajudar muito no desenvolvimento do nosso país. Espero que a gente deixe a política de fora”, declarou.