A Ford traz de volta ao portfólio a Ranger Black, versão que nasceu há três anos, ainda na geração anterior da picape, e foi descontinuada em 2023. A configuração mantém a proposta voltada ao público mais urbano, que busca um veículo robusto e versátil, capaz de agradar tanto nas atividades cotidianas quanto nos momentos de lazer, mas que fuja da mesmice dos onipresentes SUVs.
Aproveitando o bom momento da nova geração da Ranger no mercado brasileiro – onde já vendeu mais de 26 mil unidades em pouco mais de um ano após o seu lançamento –, a versão Black aposta segundo reportagem de Guilherme Silva, da revista MotorShow, no custo-benefício para ampliar a participação da picape em seu segmento dominado há anos pela Toyota Hilux.
Para atrair clientes de picapes de outras marcas – e também atuais donos de SUVs –, a receita desta nova configuração com cabine dupla é oferecer, pelo competitivo preço de R$ 219.990, o mesmos pacote de equipamentos e mecânica da extinta versão XLS 4×2, porém combinados a um visual mais esportivo.
Basicamente, o pacote Black adiciona adereços pintados de cinza escuro, como a barra horizontal dupla na grade frontal, as capas dos retrovisores, o santantônio que ornamenta a caçamba, as rodas aro 18 de liga-leve e o para-choque traseiro. Já o interior conta com bancos revestidos de couro e tecido cinza escuro, além do teto preto, antes exclusivo da nervosa versão de topo, Raptor.
Para cativar “picapeiros” da cidade grande, a versão Black traz uma lista de equipamentos de série ainda mais incrementada que a da XLS – que já contava com seis airbags, controles de estabilidade e tração, painel digital com tela de 8” e central multimídia SYNC 4 de 10”, que pode ser conectada aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade de usar um cabo. São adicionados carregador de celular por indução e acendimento automático dos faróis – de LED, como as luzes de rodagem diurna (DRL).
A Ford argumenta que os potenciais compradores desta Ranger Black não precisam do poderoso motor 3.0 V6 turbodiesel de 250 cv de potência e 600 Nm de torque que equipa as versões mais caras da picape, direcionadas ao público do agronegócio. Por isso, a fabricante manteve o bom motor 2.0 turbodiesel com quatro cilindros de 170 cv e 410 Nm da família Panther – o mesmo propulsor usado pela van Transit.
● MOTOR: Combinado ao bom câmbio automático de seis marchas, esse motor entrega um desempenho mais do que satisfatório para uma picape que raramente vai rodar com sua caçamba de 1.250 litros totalmente carregada – embora seja capaz de levar 1.031 quilos de carga útil. A Ranger Black tem força de sobra para encarar os trajetos citadinos, enquanto na estrada viaja com tranquilidade depois de embalada.
● DIREÇÃO: A direção, apesar de ter assistência elétrica, não é das mais leves nas manobras e no trânsito, algo que pode causar estranhamento em motoristas acostumados a dirigir apenas automóveis.
● SUSPENSÃO: As suspensões robustas e os 23,5 cm de vão livre do solo são destacados pela importadora como atributos para encarar situações comuns em perímetros urbanos, como ruas esburacadas e lombadas mal projetadas. O bom é que, mesmo rodando com a caçamba vazia, a Ranger não sacoleja excessivamente como ocorre com outras picapes. A Ford explica que isso se deve ao fato de seus amortecedores serem apoiados na parte externa do chassi, absorvendo melhor os impactos que seriam transmitidos aos ocupantes.
● TRAÇÃO: Por fim, a ausência de um sistema 4×4 não deve ser grande problema para quem não pretende se aventurar em trilhas pesadas ou lamaçais, pois a tração traseira dá conta de passar muito bem por estradas de terra tradicionais e trechos com areia batida.