O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, respondeu nesta quinta-feira (21), segundo o Estadão, que, apesar da sinalização de continuidade de cortes de 0,50 ponto porcentual na Selic nas próximas reuniões, o Comitê de Política Monetária (Copom) reavalia esse ritmo a cada encontro. “Não garantimos nada. O que dizemos é que, com variáveis que temos hoje, entendemos que ritmo adequado é corte de 0,50 pp. E ‘próximas reuniões’ significa as duas próximas reuniões”, enfatizou. “Em cada reunião do Copom o cenário e a comunicação são novamente reavaliados”, completou.
Campos Neto reafirmou que o ritmo de cortes da Selic não está diretamente ligado ao resultado fiscal do governo e nem com medidas específicas de arrecadação ou corte de despesas.
“Olhamos o fiscal como uma variável que não é mecânica, mas pode influenciar as expectativas de inflação e o prêmio de risco. É importante que o mercado acredite que o governo tem um plano para estabilizar a trajetória da dívida”, avaliou Campos Neto. “Não olhamos medidas A ou B no varejo, mas o efeito agregado delas”, explicou.
Mais uma vez, o presidente do BC elogiou o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na aprovação de medidas no Congresso. “Entendemos que o esforço fiscal precisa continuar. Há medidas de arrecadação que foram aprovadas, mas é difícil saber se a arrecadação projetada será realizada”, concluiu.