Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), corre o risco de ter contra si outra prisão preventiva decretada, publicou o blog de Julia Duailibi. Na avaliação de criminalistas, esta é uma das razões pelas quais o novo advogado, Cezar Bitencourt, mudou a estratégia de defesa e passou a dizer que o cliente apenas “cumpriu ordens”.
Cid está preso desde maio em razão da investigação que apura fraudes em cartões de vacina dele, de sua família, de Bolsonaro e da filha do ex-presidente.
Só que, de lá para cá, a situação jurídica dele se agravou consideravelmente, mas em outro caso: o das joias que foram retiradas do país, vendidas nos Estados Unidos, recompradas e devolvidas para cá.
As investigações da PF acumulam uma série de provas não só contra o ex-ajudante de ordens, mas também contra o seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid.
Em uma das conversas entre Cid e outro assessor de Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens fala que o pai detinha US$ 25 mil que deveriam ser repassados, em espécie, a Bolsonaro.
As complicações trazidas com a investigação das joias podem, no limite, levar a uma nova prisão preventiva, no momento em que Cid estaria apostando uma flexibilização da medida cautelar atual (a das vacinas), com, por exemplo, uma prisão domiciliar.
De acordo com o Código de Processo Penal, a preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública, garantir a instrução criminal (não destruição de provas ou coação de testemunhas) e até impedir a fuga do investigado.
Bitencourt deve se encontrar com o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, para mostrar disponibilidade de colaborar e tentar, com isso, flexibilizar a atual preventiva e evitar uma nova.
A colaboração com os investigadores também pode ser uma atenuante na hora de definir a pena, em caso de condenação.