A Rio Tinto e o China Baowu Steel Group concordaram em desenvolver um projeto de minério de ferro de US$ 2 bilhões na Austrália. Este é dos maiores acordos de investimento conjunto desde que os laços diplomáticos e comerciais entre a Austrália e a China se deterioraram durante a pandemia.
A produção de minério de ferro do novo projeto Western Range, na remota região de Pilbara, na Austrália Ocidental, começaria em 2025, de acordo com a Rio Tinto. A mineradora possuirá 54% da joint venture criada para administrar a operação, com a Baowu possuindo o restante.
As duas empresas são parceiras na mineração de minério de ferro em Pilbara desde 2002, quando formaram uma joint venture para desenvolver depósitos conhecidos como Eastern Range. Elas também estão trabalhando juntas para encontrar maneiras de reduzir as emissões de carbono dos processos de fabricação de aço.
A estimativa da Rio Tinto é de que até 25 milhões de toneladas métricas de minério de ferro serão produzidas na Western Range anualmente, e que pretende assinar um acordo de venda com a Baowu sob o qual a empresa chinesa compraria quase metade dessa produção em um período de aproximadamente 13 anos a preços de mercado. A participação da mineradora anglo-australiana nos custos de construção seria de cerca de US$ 1,3 bilhão, com o trabalho no local começando no início do próximo ano.
O investimento chinês na Oceania caiu acentuadamente nos últimos anos, à medida que os países discutiam sobre o surto de covid-19, questões comerciais e o papel de Pequim no Indo-Pacífico. Um pedido do então líder da Austrália, Scott Morrison, no início de 2020 para uma investigação sobre as origens da covid-19 provocou uma reação irada de Pequim, que impôs restrições comerciais a vários produtos australianos. As relações azedaram a ponto de os ministros do governo australiano não conseguirem contatar seus colegas chineses por telefone.
A eleição de Anthony Albanese como primeiro-ministro australiano em maio levou a algumas melhorias nas relações, incluindo o reinício de reuniões presenciais entre altos funcionários chineses e australianos.