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quinta-feira 24 de junho de 2021 às 06:33h

Ricardo Salles foi o 16° ministro a sair do governo Bolsonaro; confira outros nomes

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Com a saída de Ricardo Salles do comando do Meio Ambiente, o governo Bolsonaro acumula 16 demissões de ministros ao longo de dois anos e meio da gestão.

Salles, que pediu demissão nesta última quarta-feira (23). Outras demissões importantes ocorreram em março deste ano, quando Bolsonaro cedeu a pressão política do centrão e trocou titulares de seis ministérios.

Uma delas foi a saída do general Fernando Azevedo e Silva, então titular do Ministério da Defesa. Ele foi substituído pelo então ministro da Casa Civil, Braga Netto. Para a Casa Civil foi deslocado, por sua vez, o general Luiz Eduardo Ramos, que estava na Secretaria de Governo.

A deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) assumiu a vaga de Ramos, em um aceno de Bolsonaro ao centrão.

Gustavo Bebianno

O titular da Secretaria-Geral da Presidência foi o primeiro ministro a ser demitido, em 18 de fevereiro do ano passado.

Bebianno se tornou o centro de uma crise instalada no Palácio do Planalto depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.

Bebianno morreu na madrugada do dia 14 de março de 2020, aos 56 anos. Segundo amigos da família, ele sofreu um infarto em seu sítio, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, e morreu por volta das 5h30 em um hospital da cidade.

Ricardo Vélez Rodríguez

O ministro da Educação foi demitido em 8 de abril de 2019. A saída dele ocorreu em meio a uma crise envolvendo disputas entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. No lugar de Vélez, entrou Abraham Weintraub, da ala ideológica dos bolsonaristas.

Na época, Vélez disse que a imprensa passava uma imagem de que nada funcionava no MEC, o que, segundo ele, não seria verdade. “Mentira se combate com fatos”, disse o ministro.

Carlos Alberto dos Santos Cruz

O general foi demitido do comando da Secretaria de Governo da Presidência da República em junho de 2019. Desde que chegou ao Planalto, Santos Cruz se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. A comunicação do governo era um dos principais pontos de disputa. ​

Após sua saída, o general divulgou uma carta com agradecimentos e desejou “saúde, felicidade e sucesso” a Bolsonaro “e seus familiares”. O presidente, por sua vez, informou que a demissão “não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

Gustavo Canuto

O ministro foi demitido da pasta do Desenvolvimento Regional, responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida, em 6 de fevereiro de 2020. O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, substituiu Canuto.

O presidente vinha recebendo críticas de deputados e senadores pela falta de diálogo de Canuto com o Legislativo e por não entregar resultados do Minha Casa Minha Vida.

Osmar Terra

O deputado federal (MDB-RS) deixou o Ministério da Cidadania em 13 de fevereiro de 2020. A pasta passou a ser chefiada por Onyx Lorenzoni, então ministro da Casa Civil. Hoje, Lorenzoni comanda a Secretaria-Geral.

Na época, a Casa Civil, por sua vez, passou para as mãos do general Walter Souza Braga Netto, hoje na Defesa.

Luiz Henrique Mandetta

​O ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) foi demitido em abril de 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro, após um longo processo de embate entre eles diante das ações de combate ao coronavírus.

A relação entre Bolsonaro e Mandetta estava desgastada por divergências na condução do combate à pandemia do coronavírus.

Sergio Moro​

Ao anunciar sua demissão do governo federal, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apontou fraude no Diário Oficial da União no ato de demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal e criticou a insistência do presidente Bolsonaro para a troca do comando do órgão, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.

Moro afirmou que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. “Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho.” E disse que “sempre estará à disposição do país”.

Nelson Teich

A dois dias de completar um mês no cargo, o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão em maio de 2020.

Em sua breve passagem pelo cargo, Teich teve seu poder como ministro minimizado pelo presidente Bolsonaro. A divergência sobre o protocolo do uso da cloroquina no combate ao coronavírus, porém, foi considerada a gota d’água para a queda dele.

Abraham Weintraub

O presidente Bolsonaro anunciou em junho de 2020 a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, após vários meses em que o então ministro acumulou polêmicas e pouco realizou à frente da pasta, e em decorrência de longo desgaste político com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A saída de Weintraub encerrou meses de controvérsias e insultos disparados contra os mais variados alvos, do educador Paulo Freire (1921-1997) à China, passando por desafetos políticos, jornalistas, especialistas em educação, o presidente francês Emmanuel Macron e, com especial virulência, reitores, alunos e professores de universidade federais.

Jorge Oliveira

Oliveira foi indicado por Bolsonaro ao TCU para assumir no lugar de José Múcio Monteiro, que se aposentou em outubro do ano passado. A indicação foi aprovada por 53 votos favoráveis e 7 contrários no plenário do Senado, ainda em outubro,

Marcelo Álvaro

O presidente Bolsonaro demitiu no começo de dezembro de 2020 o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

Pivô do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, caso revelado pela Folha de S.Paulo, Álvaro Antônio foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.

Eduardo Pazuello

Responsável pela gestão da saúde no Brasil durante a maior parte da pandemia da Covid-19, o general Eduardo Pazuello deixou o cargo de ministro suspeito de crimes, investigado pela Polícia Federal e com o país batendo recorde de mortes pela doença.

General da ativa do Exército, Pazuello chegou ao Ministério da Saúde em abril de 2020, na demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM) da pasta, que discordava publicamente do presidente Bolsonaro sobre a necessidade de medidas de distanciamento social para conter o avanço da pandemia. Ele assumiu a pasta interinamente em maio do ano passado.

Ernesto Araújo

Mais de dois anos depois de ter proferido seu discurso inaugural como chanceler, quando prometeu alinhar o Ministério das Relações Exteriores aos anseios dos eleitores de Bolsonaro, Ernesto Araújo pediu demissão sob pressão do Congresso.

O principal flanco de desgaste de Ernesto em seus meses finais no cargo foi a relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil e país exportador da matéria-prima utilizada tanto pelo Instituto Butantan quanto pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) na produção de imunizantes contra o coronavírus. ​

Fernando Azevedo e Silva

Em março de 2021, Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.

Auxiliares de Azevedo dizem que havia insatisfação do general com declarações de Bolsonaro a respeito das Forças Armadas e uma avaliação de que ele tentava tratar o Exército como uma instituição a serviço do governo dele e não um instrumento de Estado.

José Levi

Em março deste ano, o presidente Bolsonaro anunciou uma mudança ministerial e trocou seis titulares. Com a troca de cadeiras, iniciada após pressão do centrão, Anderson Gustavo Torres, secretário da Segurança do Distrito Federal, virou ministro da Justiça no lugar de André Mendonça, que voltou para o comando da AGU (Advocacia-Geral da União) no lugar de José Levi, que deixou o governo.

Ricardo Salles

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão nesta quarta-feira (23) ao presidente Bolsonaro.

Sua gestão foi marcada por ações contrárias ao objetivo da pasta, que é a preservação ambiental. Em dois anos e meio no cargo, enfraqueceu ou destruiu mecanismos de proteção das florestas, minimizou o impacto das queimadas, combateu quem fiscalizava infratores e reduziu a participação da sociedade civil na elaboração e implementação de políticas para o setor.

Salles é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por operação da Polícia Federal que mira suposto favorecimento a empresários do setor de madeiras por meio da modificação de regras com o objetivo de regularizar cargas apreendidas no exterior.

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