A revolta do grupo mercenário Wagner contra o Kremlin, de curta duração, é a “primeira etapa do desmantelamento” do regime do presidente russo, Vladimir Putin, declararam autoridades ucranianas neste domingo (25).
O chefe do movimento, Yevgeny Prigozhin, que orquestrou a rebelião, é “apenas uma parte do grupo e parte do plano, a ponta do iceberg no processo de desestabilização”, de acordo com Oleksii Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia.
“O regime de Putin foi apunhalado pelas costas com uma faca, se não instantaneamente fatal, mas certamente inevitável, embora atrasado no tempo”, disse ele. “A contagem regressiva começou.”
Rebeldes armados anti-Putin pediram a seus apoiadores no sábado (24) que se levantem e aproveitem a situação de Wagner para tomar o poder.
“Um grupo de pessoas descontentes se formou na Rússia – forças de segurança, autoridades e capital oligárquico – que consideram as ações de Putin mortais para seus interesses e existência, uma ameaça à Rússia”, disse ele.
Danilov acrescentou que não tinha dúvidas de que as tropas de Wagner ou outros grupos anti-Putin chegariam à Praça Vermelha, no coração de Moscou.
“O lançamento de Prigozhin em Rostov é uma demonstração da seriedade das intenções, das oportunidades existentes e da criação de condições para o início do processo de trânsito de poder – voluntário ou forçado”, disse ele.
Ele afirmou que, para que Putin se salve, ele deve “purgar” suas forças de segurança, eliminar Wagner completamente, punir Prigozhin – que supostamente partiu para Belarus – introduzir a lei marcial na Rússia e, posteriormente, o “início da repressão em massa”.