Levado pela mão pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas mostrou nos últimos dias conforme publicou a revista Veja, que sua entrada na corrida eleitoral se dará com a máquina governamental rodando a todo vapor. Nesta última sexta (4), o ministro foi a São José dos Campos, com Bolsonaro. Ali, colheu os louros do anúncio de uma redução do pedágio em rodovias da região.
No dia 24, os dois estavam juntos em uma motociata em São José do Rio Preto, outro reduto importante do interior de São Paulo. E vai ser assim daqui para frente. Porque Bolsonaro entende que existe uma oportunidade inédita de emplacar o afilhado no governo de São Paulo.
O resultado das investidas do ministro da Infraestrutura surpreendeu as campanhas adversárias. Pesquisas internas do PT já apontavam várias semanas atrás uma transferência intensa dos votos de Bolsonaro para Tarcísio no Estado. O desempenho também acendeu o sinal amarelo na equipe do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta se firmar como sucessor de João Doria no Palácio dos Bandeirantes.
No PT de Fernando Haddad, o movimento de Tarcísio fez inclusive com que o partido deixasse de tentar a qualquer custo retirar Márcio França (PSB) da corrida. Os petistas agora avaliam que França, que tem sólida relação com o ex-governador Geraldo Alckmin, poderia ajudar a dividir ao menos uma parte dos votos de Tarcísio e de Garcia, enfraquecendo o campo adversário como um todo.
Já na equipe de Rodrigo Garcia a preocupação não é das menores. Aliados do vice-governador avaliam que ele corre o risco de perder espaço para Tarcísio se não ganhar exposição depressa. O time da campanha estadual já se queixa faz tempo da decisão de João Doria de permanecer no cargo até o prazo limite previsto para a legislação. O presidenciável tucano havia se comprometido a sair na virada do ano, mas a dificuldade de decolar nas pesquisas o fez rever a estratégia.