O cenário epidemiológico das meningites na Bahia foi discutido na tarde desta última segunda-feira (22) durante a Reunião Ampliada sobre Meningites que ocorreu no auditório da Escola de Saúde Pública da Bahia, no Centro de Atenção à Saúde Prof. Dr. José Maria de Magalhães Netto, na Avenida ACM. “É muito importante estarmos juntos discutindo esse tema tão importante, para reforçarmos a importância da atuação em rede e melhorarmos os fluxos de atuação”, destacou o promotor de Justiça Carlos Martheo Guanaes.
O evento é uma iniciativa da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), por meio da coordenação de Imunizações e Vigilância Epidemiológica das Doenças Imonopreveníveis (Civedi), em parceria com o Ministério Público estadual, Diretoria de Gestão do Cuidado (DGC), Instituto Couto Maia e Diretoria de Vigilância da Saúde de Salvador.
O técnico da coordenação-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Marcelo Wada, falou sobre a política nacional de imunizações e os objetivos da vigilância, que incluem medidas como a definição de critérios para a notificação e registro de casos suspeitos em serviços de saúde públicos e privados; monitorar a situação epidemiológica das meningites; detectar surtos; e realizar rastreamentos de contatos.
A meningite é um processo inflamatório que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, que pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos e parasitas, bem como por processos não infecciosos, a exemplo de neoplasias, traumatismos ou medicamentos. Ele destacou a iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde e por várias entidades parceiras de eliminar as epidemias de meningite bacteriana até 2030.
“O objetivo é a redução de casos evitáveis por vacina em 50% e mortes em 70%; e a redução da incapacidade e melhoria da qualidade de vida após meningite por qualquer causa”, explicou.
Segundo Vânia Maria Leão da Divep, desde a implantação da vacina em 2010, os casos começaram a cair na Bahia. “Sabemos que a vacina é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença”, destacou. A vacina meningocócica C conjugada (MenC) foi implantada em 2010 no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Na rede pública estão disponíveis para crianças menores de um ano até quatro anos as vacinas Pneumocócicas 10 Valente Conjugada, Meningocócica C Conjugada, Pentavalente e BCG, que protegem contra alguns tipos de meningite bacteriana.
A vacina meningocócica ACWY (conjugada) foi implantada na rotina de vacinação dos adolescentes em 2020, para as idades de 11 e 12 anos. Atualmente, diante da necessidade de intensificação vacinal, o Ministério da Sáude ampliou a oferta desta vacina para adolescentes de 13 e 14 anos de idade, sendo agora indicada para adolescentes de 11 a 14 anos. Ela citou também alguns fatores que dificultam o diagnóstico da meningite na Bahia, sobretudo em municípios de pequeno porte, como a ausência de profissionais capacitados para a punção do líquor e a dificuldade de alguns municípios em cumprir o fluxo laboratorial.
A programação contou ainda com a apresentação da médica infectologista do Instituto Couto Maia, Giovana Orrico, que falou sobre os ‘Aspectos clínicos e laboratoriais das meningites’; o médico infectologista do Lacen, Antônio Bandeira, que falou sobre ‘Meningites bacterianas: sintomas, tratamento e prevenção’; e o bioquímico do Instituto Couto Maia, Marcelo Teles, que falou sobre ‘Diagnóstico laboratorial das meningites’.
O promotor de Justiça Carlos Martheo dividiu a mesa de abertura da reunião com Marcelo Wada, do Ministério da Saúde; Laís Pires, representando o Município de Salvador; a secretária executiva do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems); Maria Luiza Leitão Campelo; a diretora geral do Instituto Couto Maia, Cristina Celestino Conceição; e Vânia Maria Leão Carneiro, sanitarista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep).