O texto de retratação de Jair Bolsonaro (PSL) por ter ofendido a deputada federal Maria do Rosário (PT), publicado no seu twitter por decisão judicial, não agradou a parlamentar. Em 2014, ele disse que a parlamentar não merecia ser estuprada, por ser “muito feia”. A retratação do presidente tem 26 linhas e três parágrafos.
No primeiro, ele pede desculpas por suas “falas passadas dirigidas” a ela e diz que se tratou de um “embate ideológico” e a acusou de chamá-lo de estuprador em 2003.
Nos outros dois parágrafos, Bolsonaro fala bem de si o tempo inteiro. Diz que apoia irrestritamente as mulheres e que a briga com a deputada se deu porque defendeu pena dura para um menor acusado de estupro e de assassinato do marido. Lembrou que é autor de projeto de castração química para quem estupra. Disse também que na sua posse o protagonismo foi feminino.
Para a defesa de Rosário, Bolsonaro usou sua retratação para insistir no debate e tentou justificar o injustificável. E que ele desviou o assunto ao falar de um episódio de quinze anos atrás e que nega ter ocorrido.
“Não é razoável que, no momento de dar efetivo cumprimento à decisão transitada em julgado, com reparação à pessoa ofendida, o réu se valha dessa oportunidade para renovar os debates sobre os fatos já superados ao longo do processo e subverter aquilo que foi reconhecido pela Justiça. Tampouco é razoável que o réu aproveite essa oportunidade para tentar, uma última vez, justificar sua injustificável e inaceitável conduta” – diz a defesa da deputada, que irá levar o assunto à juíza Tatiana Medina, da Vara Cível de Brasília.