O ministro Renan Filho, dos Transportes, participou nesta quinta-feira (23) do programa “Bom Dia, Ministro” e ressaltou a importância da assinatura da concessão da BR-381/MG, conhecida popularmente como “Rodovia da Morte”, para quem vive e trafega pela região. “Liga duas capitais superimportantes do país: São Paulo a Belo Horizonte. E, depois, chegando em Belo Horizonte, ela migra em direção ao Oceano Atlântico para chegar ao Espírito Santo. Minas é um estado central no Brasil e ele não tem acesso à praia. Então essa é a principal ligação ao litoral”, explicou.
Renan Filho acrescentou ainda os efeitos econômicos da concessão e enfatizou a dimensão do volume de investimentos realizado pelo Governo Federal para garantir a viabilização da obra. “Corta o Vale do Aço, que é uma região muito produtiva de Minas Gerais, no minério, na industrialização do próprio minério e cidades grandes, como Governador Valadares e tantas outras”, resumiu.
“Essa concessão é importante, porque foi tentada várias vezes em outros governos. São R$ 10 bilhões em 300 quilômetros. Para efeito comparativo, o orçamento do Ministério dos Transportes inteiro é de R$ 20 bilhões com recursos públicos. Serão duplicadas as rodovias, construídas terceiras faixas, travessias urbanas das cidades serão melhoradas ou deslocadas, porque imagina uma grande quantidade de caminhões de minério passar por dentro do centro de uma cidade pequenininha, mas que foi cortada pela BR-381 em outro momento, e de lá para cá nunca ela conseguiu ter a sua capacidade adequada”, detalhou.
“Então esse investimento é fundamental para Minas Gerais, uma das locomotivas desse país, um dos motores do Brasil. Quando o estado avança, ajuda a economia do país inteiro a avançar, porque é um pouco da síntese do próprio país”, resumiu Renan Filho.
A BR-381/MG, incluída no Novo PAC, será administrada pela Concessionária Nova 381 e vai receber R$ 10 bilhões em investimentos em 30 anos. O trecho, com 303 km, tem início em Belo Horizonte e segue até o entroncamento com a BR-116, em Governador Valadares.
PLANO DE 100 DIAS — O ministro antecipou ainda que, em 6 de fevereiro, será realizado o lançamento do Plano de 100 dias, que consiste na entrada da concessionária no trecho e o início das obras de recuperação da BR-381/MG. “Certamente vai ser transformada e isso vai garantir muito mais segurança”, assegurou.
RODOVIAS EM MG — Renan Filho elencou ainda outras concessões que estão em andamento no estado de Minas Gerais. “Além da BR-381, concedemos a BR-040, que liga Juiz de Fora a Belo Horizonte. Já na BR-040, um outro trecho, que liga Belo Horizonte a Cristalina, nas imediações do Distrito Federal; e concedemos uma outra, que é a BR-262, que liga o Triângulo Mineiro até Betim, que é uma cidade na região metropolitana de Belo Horizonte, na verdade, até a capital mineira também”, listou.
“Somadas essas três, somadas à BR-381, serão mais de R$ 20 bilhões de investimento direto e mais R$ 10 bilhões na manutenção e na operação da concessão, pelo prazo de 30 anos. Ou seja, um volume de R$ 30 bilhões para melhorar as rodovias mineiras, um estado que se ressentiu bastante nos últimos anos pela redução dos investimentos no governo passado”, complementou.
EXPECTATIVA PARA 2025 — O ano de 2024, na avaliação de Renan Filho, foi um ano de muito êxito na retomada de obras e concessões de rodovias. Ele elaborou sobre a expectativa para o ano vigente. “O governo do presidente Lula, em 2023 e 2024, fez nove leilões de concessão rodoviárias. Quatro delas só em Minas Gerais. O governo anterior fez seis em quatro anos, ou seja, fizeram um e meio em média por ano. A atual gestão já fez, em dois anos, mais que a gestão passada. Só que, este ano, nós vamos fazer 15, em 2025. Nossa expectativa é passarmos de 40 leilões de concessão rodoviária”, declarou em entrevista a radialistas. “Colheita no serviço público significa entregar obra bem feita, dentro do prazo, com transparência e a preços justos para beneficiar o cidadão”, sintetizou Renan Filho.
Acompanhe outros pontos da entrevista com o ministro:
OTIMIZAÇÃO DE CONTRATOS — Os contratos de otimização são superimportantes porque eles estão resolvendo problemas das concessões do passado. Os contratos estavam começando, o Brasil ainda estava adquirindo uma curva de experiência, que hoje é super-relevante para a gente ter contratos melhores, para termos a maior carteira de projetos do mundo, mas também não adianta fazer coisa nova e deixar o passado com problema. Estamos trabalhando nas duas frentes: resolvendo o passado e trazendo coisas novas. Essa otimização de contrato vai garantir muitos novos recursos para investimentos nos contratos que estavam em desequilíbrio financeiro. Vai ser superimportante para o Brasil.
PLANO NACIONAL DE FERROVIAS — As novas ferrovias têm que ser construídas à luz da modernidade. Porque, hoje, há uma competição entre modais. Então, o nosso Plano Nacional para o Desenvolvimento Ferroviário, ele vai visar primeiro carga. O Brasil vem crescendo em carga. Terminamos a Ferrovia Norte-Sul. Estamos avançando com as obras da Ferrovia Transnordestina. São R$ 4 bilhões em obra nesse momento e 5 mil pessoas, aproximadamente, trabalhando nesse momento. Estamos construindo a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, em Goiás, ligando a cidade de Mara Rosa, no estado de Goiás, até Água Boa, ampliando a malha ferroviária. O objetivo nacional é, até 2035, nós colocarmos 40% da carga que o país produz nas ferrovias, retirando das rodovias para garantir mais durabilidade e mais segurança para as pessoas. Então, o plano é exatamente enfrentar esse desafio de garantir a migração da carga para o modo ferroviário brasileiro.
PONTE JUSCELINO — A ponte não dimensionada [Juscelino Kubitschek, na BR-226, entre as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO)], no momento em que recebeu três caminhões com grande peso, ela ruiu. O grande problema é que, carregando carga muito pesada, não foi paralisada a passagem de veículos pesados, até que chegou o momento e a ponte colapsou. A gente já tomou essa decisão em vários lugares do Brasil. O DNIT parou, por exemplo, a ponte do Fandango, no Rio Grande do Sul. Recentemente, paralisamos uma ponte no estado da Bahia para dar a manutenção nela. E é só tirar o peso de cima dela enquanto a manutenção está sendo feita, garantindo carros menores. Por isso, duas coisas estão no âmbito das providências: a primeira é a reconstrução da ponte. Nós tivemos três estágios. Tivemos o estágio do salvamento, do resgate das vítimas, que foi liderado pela Marinha Brasileira. E agora nós teremos a reconstrução. O primeiro grande ponto é a implosão do remanescente da ponte, que será feito no próximo dia 2. Nós vamos reconstruir, vamos entregar a ponte reconstruída ainda este ano. E temos condição de observar todas as 9 mil outras obras especiais no Brasil para que isso não aconteça novamente.
MALHA EM PERNAMBUCO — Essa história de que o Nordeste brasileiro tem seis das piores BRs do Brasil talvez não seja um estudo tão recente, já tenha algum tempo. Outro dado relevante é que, em Pernambuco, o Governo Federal, antes do presidente Lula, investiu apenas R$ 218 milhões na malha rodoviária do estado. Em 2023, nós aumentamos para R$ 376 milhões e esse ano passado, de 2024, investimos R$ 677 milhões. Foram R$ 218 milhões no último ano do governo Bolsonaro, contra R$ 677 milhões no ano passado com o presidente Lula. E, em 2025, a nossa expectativa é chegarmos próximo a R$ 800 milhões de investimento na malha rodoviária de Pernambuco, garantindo que a economia do estado volte a crescer.
RONDÔNIA — As rodovias de Rondônia só pioraram de 2016 até 2022, no último ano do governo anterior. Elas caíram de 65%, consideradas boas, para 42%. Nesses últimos dois anos, a BR-364, ela melhorou muito no estado, de Vilhena a Porto Velho. Foi recuperado e hoje Rondônia tem 81% das suas rodovias pavimentadas, consideradas boas. Isso aconteceu porque o governo anterior aplicou, em 2022, apenas R$ 137 milhões o ano todo. Isso garantiu que as rodovias piorassem. Em 2023, nós aplicamos R$ 464 milhões, mais de três vezes mais recursos. E, em 2024, aplicamos R$ 592 milhões contra R$ 137 milhões. Quatro vezes mais recursos. Então, a rodovia já melhorou. Com a concessão que acontecerá agora, em fevereiro, a rodovia vai receber um investimento muito maior, aproximadamente R$ 5 bilhões, para garantir travessias urbanas. A exemplo do que nós fizemos lá na cidade de Itapuã do Oeste, e também na travessia de Jaru, na travessia de Ji-Paraná, e as três pontes que estamos construindo em Cacoal. Também estamos construindo o viaduto de Colorado do Oeste. Entregamos as pontes sobre o rio Araras e Ribeirão, lá na região próxima à ponte de Guajará-Mirim. E vamos também construir a ponte binacional de Guajará-Mirim, que vai ligar Rondônia à Bolívia. São investimentos já feitos.