A ala lulista do MDB decidiu que vai à Justiça pedir o adiamento da convenção do partido que oficializaria a candidatura da senadora Simone Tebet à presidência da República, e está marcada para o dia 27 de julho de forma virtual. O senador Renan Calheiros diz que o grupo pedirá, na segunda-feira, que a convenção ocorra em 5 de agosto, último dia possível, para que o partido tenha mais tempo para discutir a viabilidade da candidatura própria.
“Já está decidido, já está tudo pronto, mas não falaremos nada além da decisão (de acionar a justiça). Vamos pedir para adiar (a convenção) para o último dia”, afirmou ao jornal O Globo, sem detalhar como será o processo para não expor a estratégia do grupo.
Segundo Calheiros, havia um compromisso do presidente nacional do partido, o deputado Baleia Rossi, de fazer uma reunião em junho para avaliar a competitividade da candidatura própria, o que não ocorreu. O objetivo inicial da ação é forçar o adiamento para que haja tempo dessa discussão ser feita.
O temor desse grupo é de que a estratégia acabe por diminuir a representatividade da sigla no Congresso:
“O MDB na eleição passada teve um candidato com desempenho semelhante e isso implicou em um custo muito alto, na redução pela metade da bancada da Câmara e do Senado”.
Conforme o jornal publicou, o encolhimento das bancadas do MDB no Congresso preocupa caciques do partido, que argumentam que a força da sigla está na quantidade de prefeitos, vereadores, deputados e senadores que consegue eleger.
Na última eleição, o partido minguou no Congresso. Na Câmara, o MDB encolheu de 65 deputados eleitos em 2014 para 34 eleitos em 2018 — neste momento, a bancada tem 37 deputados. No Senado, dos 19 parlamentares em 2015, o MDB passou a 12.
A investida da ala lulista do partido para o adiamento da convenção está em curso, mas vem sendo rechaçada por Baleia Rossi. Ele conta com apoio dos correligionários bolsonaristas para emplacar a candidatura própria.