O senador Renan Calheiros (MDB-AL) admite mudar pontos de relatório final, mas vai insistir no indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por genocídio de populações indígenas. Como o blog mostrou, parte do G7 ficou contrariada com a divulgação de trechos do documento antes da discussão com o grupo, e discorda de três propostas de indiciamento. Um deles é o genocídio contra população indígenas.
“Alguns senadores argumentam que o governo enviou vacinas para os indígenas, o que descaraterizaria o crime de genocídio. Mas a CPI tem provas de que o governo negligenciou ou simplesmente se recusou tomar medidas para proteger esses povos, que são mais vulneráveis. Não é um entendimento meu apenas. Há grupos de juristas que sustentam este tese, como o Prerrogativas e o Miguel Reale. Vou debater isso com meus colegas”, afirma Renan.
Sobre a insatisfação com a divulgação de trechos do relatório, antes da discussão com senadores, Renan afirmou que o objetivo era tonar público os temas mais complexos, que já estavam em debate com juristas.
“Estou aberto a qualquer ponderação, desde que não venha a ferir a lógica. Mas este não será um relatório do Renan, mas de toda a comissão. Sempre foi meu compromisso”, completa.
Sobre os outros dois pontos contestados – indiciamento de Flávio e Eduardo Bolsonaro e os 11 supostos crimes atribuídos ao presidente – Renan diz ter base documental, graças ao compartilhamento do inquérito das fake news com o Supremo Tribunal Federal.
“No caso do Flávio ele mesmo confessou que levou o dono do Precisa, Francisco Maximiliano, ao BNDES. Isso é uma confissão de advocacia administrativa”, afirma Renan.