As suspeitas de envolvimento de Wilson Witzel em esquemas na pasta da Saúde traz à tona o infeliz histórico político do Rio de Janeiro. Todos os ex-governadores eleitos que estão vivos já foram implicados em escândalos de corrupção. Cinco acabaram presos e um deles, Sérgio Cabral, segue em Bangu 8, cumprindo penas que somam 294 anos.
Relembre as prisões e acusações dos ex-governadores do Rio:
Anthony Garotinho
Garotinho foi preso pela Polícia Federal em 16 de novembro de 2016, num desdobramento da Operação Chequinho, que investigava a compra de votos durante eleição em Campos. A passagem dele pela prisão ficou marcada por uma cena de tumulto e berro na transferência para Bangu 8. Em 2017, o ex-governador seria condenado a 9 anos e 11 meses de prisão e preso mais uma vez. A justiça determinou prisão domicilar de Garotinho e semanas depois a prisão foi revogada. Em 22 de novembro do mesmo ano, ele seria preso mais uma vez, junto com a mulher, Rosinha Garotinho. Ele foi solto depois de 29 dias.
Em 3 de setembro de 2019, Garotinho teve outra passagem pela prisão, sob acusação de superfaturamento de contratos entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita (2009/2016). Menos de 24 horas depois, a decisão foi revogada pelo desembargador Siro Darlan, plantonista do Tribunal de Justiça.
Rosinha Garotinho
Foi presa junto com o marido no dia 22 de novembro na Operação Caixa d’Água, da Polícia Federal. Eles foram acusados, ao lado de outras seis pessoas, de integrar uma organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão. Ela foi solta dias depois. Em setembro de 2019, assim como o Garotinho, ela também teve uma breve passagem pela prisão sob acusação de superfaturamento na prefeitura de Campos. A ex-governadora foi solta pela mesma determinação de Siro Darlan que libertou o marido.
Sérgio Cabral
Esta semana, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi condenado a 11 anos e 10 meses de prisão na Lava Jato. Foi a 14ª condenação de Cabral na força-tarefa, totalizando penas que ultrapassam os 294 anos. Essa última sentença está relacionada à Operação C’est Fini foi um dos desmembramentos da Operação Calicute, braço da Lava Jato no Rio, que desbaratou um esquema de corrupção na gestão do ex-governador. Cabral, no entanto, já está preso desde 2016, acusado por investigadores da Operação Lava Jato, de ser o mandante do complexo esquema criminoso, e nunca mais saiu da cadeia.
Luiz Fernando Pezão
Foi preso durante o exercício do mandato, em novembro de 2018, e solto por determinação do STJ. O ex-secretário de Obras de Sérgio Cabral e ex-governador responde em liberdade ao processo do qual é réu. As denúncias contra ele envolvem crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Pezão é acusado, junto de outras 14 pessoas, incluindo o ex-governador Sergio Cabral, seu antecessor, e dois ex-secretários, também presos, de ter recebido vantagens indevidas que somam R$ 39,1 milhões, em valores atualizados.
Moreira Franco
Nome forte do MDB, Moreira Franco foi o último dos ex-governadores do Rio a ter passagem pela prisão por suspeita de corrupção. Em março de 2019, o Ministério Público Federal do Rio apresentou duas denúncias contra Moreira, apontado como operador de Michel Temer em esquema de propinas. Ele ficou quatro noites na cadeira, mas foi liberado após liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).