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segunda-feira 8 de fevereiro de 2021 às 05:21h

Relembre 6 companhias aéreas brasileiras do passado que deixaram de existir

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


O Brasil tem atualmente apenas três grandes companhias aéreas em atividade: Gol, Latam e Azul. Juntas elas foram responsáveis por transportar 99,5% dos passageiros de avião no último ano, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

As três empresas podem ser consideradas relativamente novas. Mais antiga delas conforme a CNN, a Latam surgiu em 1976 como TAM Transportes Aéreos Regionais. A expansão da companhia para ser uma empresa de alcance nacional e internacional só veio nos anos 1990. A Gol completou em janeiro 20 anos de atividade. A mais nova é a Azul, que, em dezembro, comemorou 12 anos de existência.

O Brasil, no entanto, já teve muitas outras companhias aéreas que não resistiram ao tempo e ficaram apenas na lembrança. Se ainda existisse, a Varig estaria próxima de completar 94 anos. Outras aéreas já foram até maiores que a Varig e também quebraram. Relembre famosas companhias aéreas do passado.

Varig

Avião da Varig
Foto: Reprodução

Fundada em 7 de maio de 1927, a Varig (Viação Aérea Rio-Grandense) foi a principal companhia aérea brasileira durante muito tempo, até enfrentar crises nos anos 1990 e início dos anos 2000, ser vendida em 2007 para a Gol e desaparecer do mercado.

Criada pelo alemão Otto Ernest Meyer, a expansão da empresa veio somente nos anos 1940 com voos internacionais na América do Sul. Em 1955, surgiram os voos para os Estados Unidos.

A Varig sempre se destacou pela qualidade do atendimento ao passageiro, que chegou a ser premiado como o melhor do mundo em 1979 pela revista americana “Air Transport World”. A empresa foi uma das principais do mundo até o início dos anos 2000, quando a crise apertou e a Varig não resistiu mais.

Vasp

Avião da Vasp
Foto: Reprodução

A Vasp (Viação Aérea de São Paulo) teve seu primeiro voo em 12 de novembro de 1933. No início, a empresa operava no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo. As chuvas e alagamentos da região fizeram com que a empresa procurasse um novo local para decolar e pousar seus aviões. O que era conhecido na época como “campo da Vasp” hoje é o aeroporto de Congonhas.

A companhia enfrentou dificuldades logo no início e, já em 1935, foi estatizada pelo governo do estado de São Paulo. Na década de 1990, a Vasp foi novamente privatizada. O empresário Wagner Canhedo promoveu uma grande expansão internacional, com voos para a Ásia, Estados Unidos, Canadá e Europa, além de comprar empresas estrangeiras.

Esse crescimento, no entanto, foi muito além da capacidade da empresa. Em crise financeira, a Vasp atrasou pagamentos e colocou em risco até a manutenção dos aviões. Alguns chegaram a ser proibidos de voar. A situação se agravou, até que, em 2005, o antigo DAC (Departamento de Aviação Civil) cassou a autorização de operação, e a Vasp deixou de voar.

Transbrasil

Avião da Transbrasil
Foto: Reprodução

Criada originalmente em 1955 com o nome de Sadia Transportes Aéreos, a empresa surgiu para o transporte de carne fresca de Santa Catarina para São Paulo. O novo ramo de atividade da família Fontana foi um sucesso e, em 1961, a Sadia comprou a Transportes Aéreos Salvador, ampliando sua participação no mercado aéreo nacional.

A mudança para o nome Transbrasil veio em 1973. A empresa se consolidava como uma das mais importantes do país, mas tudo começou a mudar na década de 1980. O Brasil enfrentava crises financeiras que afetaram todo o setor. Omar Fontana chegou a entrar na Justiça contra o governo. A resposta foi uma intervenção federal. Quando retomou o controle, Fontana encontrou uma empresa ainda mais debilitada.

Nos anos 1990, a empresa apostou nos voos internacionais para se recuperar, mas a situação não melhorou. Apesar disso, a empresa se mantinha em pé. Em dezembro de 2000, morreu Omar Fontana, e a crise na empresa se agravou ainda mais. Exatamente um ano depois, a Transbrasil ficou sem crédito até mesmo para abastecer os aviões e foi obrigada a ter todos os voos suspensos.

Cruzeiro

Avião da extinta Cruzeiro do Sul
Foto: Reprodução

A história da Cruzeiro se confunde com a da Varig. Fundada em 1927 como Syndicato Condor, a empresa foi criada por alemães. A Segunda Guerra Mundial, no entanto, trouxe as primeiras dificuldades, e a companhia aérea passou a adotar o nome de Cruzeiro do Sul.

Na década de 1940, era uma das mais importantes companhias aéreas brasileiras. Passou a fazer voos internacionais em 1947. Entre os destinos, estavam Nova York e Washington, ambas nos Estados Unidos. A crise da empresa veio nos anos 1970, justamente quando Varig, Vasp e Transbrasil atingiam seu auge. Sem conseguir competir, a Cruzeiro acabou sendo vendida para a Varig, em 1975.

Panair

Aeronaves da extinta Panair no Galeão (1969)
Foto: Reprodução

Uma das primeiras companhias aéreas brasileiras, a Panair surgiu em 1929 com uma subsidiária da norte-americana NYRBA (New York-Rio-Buenos Aires), que logo em seguida seria incorporada pela Pan Am. Assim, a empresa também mudou o nome de Nyrba do Brasil para Panair do Brasil.

A empresa chegou a ser a principal companhia aérea brasileira entre 1930 e 1950. O crescimento da Varig ameaçava a empresa e crescia a pressão para transformá-la em totalmente nacional. A Varig pretendia incorporar a Panair, mas ela acabou nas mãos dos empresários Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen.

O governo militar ficou incomodado com a situação e, em 10 de fevereiro de 1965, um decreto suspendeu todas as operações da empresa. Os voos que eram operados pela Panair passaram imediatamente para a Varig. A suspensão nunca foi revogada.

Real Aerovias

Avião da Real Aerovias
Foto: Reprodução

A Real Aerovias ficou apenas 15 anos em operação, mas chegou a ser a maior companhia aérea brasileira em quantidade de aviões na frota. Fundada em 1945, a Real se aproveitou do excesso de aviões DC-3 do governo norte-americano para adquirir aeronaves a baixo custo e iniciar suas operações. O primeiro voo decolou em 1946.

A expansão da empresa veio no início dos anos 1950, com a compra de diversas outras companhias de menor porte. Com isso, a frota da Real chegou a 117 aeronaves. Na época, era a sétima maior frota do mundo, segundo ranking da IATA. Foi a mais alta posição ocupada por uma companhia aérea brasileira.

O crescimento chamou a atenção da Varig, que adquiriu a empresa em 1961, encerrando o uso da marca.

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