Na última quinta-feira (12), o Escritório da Direção de Inteligência Nacional (ODNI), do Pentágono, publicou o aguardado Relatório Anual de Fenômenos Aéreos Não Identificados de 2022. Solicitado pela Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2022, o documento foi elaborado elaborado a partir de escritórios de inteligência militar, da NASA, da Administração Federal de Aviação, entre outras.
O relatório contém mais de 500 relatos de fenômenos aéreos não identificados, ou “UAPs” (há também a sigla “OVNI” para descrevê-los, mas oficiais norte-americanos e alguns cientistas preferem usar o termo UAP quando não têm certeza de que a observação foi mesmo de um objeto), coletados a partir das agências e instituições militares dos Estados Unidos.
O documento destaca que a maioria dos relatos vem de membros da Marinha e Força Aérea do país, que descreveram suas observações por meio de canais oficiais. Dos 510 relatos, o ODNI avalia que 366 são novos, identificados desde a criação do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO).
Deles, 26 foram caracterizados como sistemas de aeronaves não tripuladas, ou drones, enquanto 163 foram relacionados a balões ou objetos semelhantes. Ainda, seis foram descritos como aves ou sacolas plásticas flutuando no ar.
Isso significa que 171 UAPs observados continuam com identidade ou origem desconhecidas. “Alguns destes UAPs não caracterizados parecem ter demonstrado características de voo ou performance pouco usuais, e exigem novas análises”, acrescentaram os oficiais no documento. A nova publicação não traz conclusões definitivas sobre as origens deles, mas dá ênfase na questão da segurança aérea.
Embora o relatório conclua que os “UAPs continuam representando um perigo para a segurança aérea e representam uma possível ameaça de coleta de adversários”, grande parte deles não tem dados detalhados o suficiente para permitir a atribuição do UAP com alto grau de certeza. Segundo o ODNI, a agência continua avaliando que as observações podem ser resultado de um viés de coleta causado pelo número de aeronaves e sensores ativas.
Isso significa que a instituição considera que os oficiais militares servindo em espaço aéreo controlado podem relatar mais UAPs ali, porque há, naturalmente, mais sensores observando o céu. Outros fatores, como condições meteorológicas, atmosféricas e até relâmpagos, podem também afetar a observação dos UAPs — e a agência não descarta a possibilidade de detecções vindas de erros de equipamentos ou de sensores.