O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou neste último domingo (2) que determinou a abertura de uma sindicância para apurar a elaboração de possível relatório sigiloso de inteligência com informações de servidores públicos ligados a movimentos contrários ao governo.
De acordo com o portal Uol, a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do MJ elaborou um relatório de caráter sigiloso sobre mais de 500 servidores públicos da área de segurança identificados como integrantes de movimento antifascismo e opositores do presidente Jair Bolsonaro.
“Independente da existência ou não [do relatório], e eu não posso confirmar [a existência], determinei a abertura de uma sindicância para apurar os fatos relacionados, no âmbito do Ministério da Justiça, à produção de relatórios”, afirmou.
De acordo com Mendonça, será composta uma comissão com integrantes do MJ, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União para coordenar a sindicância.
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Justiça disse que, ao saber de reportagem do portal Uol, procurou a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do MJ e foi informado de que a secretaria não elabora dossiês desse tipo.
“Então, eu chamo a Secretaria e pergunto: ‘foi elaborado algum dossiê’? E eles me respondem e isso está na nota [do MJ]: ‘Nós não elaboramos dossiê’. ‘Até porque, se nós quiséssemos ou pudéssemos elaborar um dossiê com aquela conotação de prejudicar determinado grupo de forma parcial, persecutória, nós não elaboraríamos um relatório’. Se é que esse relatório, e eu tenho que falar sempre em tese, foi produzido”, afirmou André Mendonça.
Na sequência, André Mendonça disse que, se há um relatório, o documento está “dentro dos procedimentos regulares”. E acrescentou: “Nenhuma dessas possíveis pessoas é investigada por nós no Ministério da Justiça. Não há um tipo de investigação em relação a este grupo que possivelmente assinou esse manifesto [antifascista]”.