domingo 23 de fevereiro de 2025
Foto: Divulgação
Home / DESTAQUE / Relator rejeita projeto de Coronel que acaba com cotas femininas
terça-feira 19 de março de 2019 às 11:02h

Relator rejeita projeto de Coronel que acaba com cotas femininas

DESTAQUE, POLÍTICA


O senador Fabiano Contarato (Rede) votou pela rejeição do projeto do baiano Angelo Coronel (PSD), que propôs, no Senado, a extinção do percentual mínimo de vagas para candidaturas femininas nas eleições. A matéria foi alvo de críticas da base do parlamentar na Bahia.

O voto contrário do relator do texto aconteceu na última quinta-feira (14) no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça (CCJ) e ameaça a projeto de Coronel. Se quiser continuar com a tramitação da sua ideia, Coronel precisará tentar derrubar o voto contrário do relator, conquistando apoio no plenário do Senado.

O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) argumenta que a cota feminina no pleito eleitoral se mostrou ineficiente nas últimas eleições e favoreceu o fomento de candidaturas laranjas.

Ao votar pela rejeição do projeto de Coronel, Contarato citou Luísa Mahin e a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no último ano no Rio De Janeiro. As informações são do site Bahia Notícias.

Leia o trecho em que o senador argumenta pela rejeição:

“Precisamos, ademais, pensar no quanto foi importante a Lei de Cotas para inspirar candidaturas como a da vereadora carioca Marielle Franco, a quem prestamos homenagem no transcurso de um ano de seu brutal assassinato juntamente com o motorista Anderson Gomes.

Mulheres que, como Marielle, embora tenham o perfil da maioria da sociedade brasileira, enfrentam inúmeros obstáculos ao considerar a possibilidade de ocupar os cargos onde são tomadas as decisões mais importantes do País.

É hora de incentivá-las com vigor, como fomos instados recentemente, e trazê-las para as páginas dos livros da História oficial do País, aproximando cada vez mais do Poder Legislativo as Marias Felipa, as Dandaras, as Luísas Mahin e as Marielles.

Eu sonho com o dia em que não precisaremos mais de políticas afirmativas por já termos alcançado a plena igualdade, por já termos nos tornado uma nação efetivamente justa, fraterna, igualitária, em que nenhum segmento social se sobreponha a outro em direitos e oportunidades.

Sonho com o dia em que o Parlamento brasileiro refletirá efetivamente as características da nossa população, que tenhamos mais mulheres, mais negros, mais indígenas representados no Congresso Nacional e nas demais Casas Legislativas. Sonho que o processo decisório do país não fique adstrito às conveniências políticas de uma determinada casta social ou de uma determinada família.

Eu sonho com o dia em que o poder econômico deixará de eleger parlamentares que deveriam defender os interesses do povo, de todo ele. Sonho com a paridade entre homens e mulheres nos assentos do Parlamento – e mais, sonho com o dia em que alcançaremos esse mundo ideal sem a necessidade de cotas, mas infelizmente esse horizonte utópico ainda está distante de se materializar. SF/19564.33996-10 7.

Neste contexto, assumo o compromisso, no momento em que essa utopia se fizer realidade, assim que garantirmos condições iguais de disputa eleitoral entre homens e mulheres, assim que garantirmos que os partidos políticos não priorizarão candidaturas masculinas em detrimento às femininas pelo simples recorte machista como critério, serei o primeiro a me posicionar pelo fim da política afirmativa, visto que não se fará mais necessária. Este momento lamentavelmente ainda não é agora. Ainda há a necessidade de, para cumprirmos a Constituição Federal a qual juramos quando assumimos os nossos mandatos, desigualar os que se encontram em situação de desigualdade”.

Veja também

Prefeito Bruno Reis lança ‘Carnaval de Salvador 2025’ com abertura no Campo Grande

O Carnaval de Salvador 2025, que celebra os 40 anos do Axé Music, está pronto …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!