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domingo 26 de setembro de 2021 às 15:38h

Relator da reforma do Imposto de Renda critica ‘pressão’ e diz que votação pode ficar para 2022

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O relator da reforma do Imposto de Renda (IR), senador baiano Angelo Coronel (PSD), disse na sexta-feira (24) ao jornal Valor, que a votação do projeto pode ficar apenas para o ano que vem. O parlamentar defendeu que seria “irresponsável” da parte dele apresentar um parecer sobre a matéria sem ouvir o setor empresarial, Estados e municípios. Por conta disso, o relator projeta tentar votar a matéria a partir de dezembro ou somente em 2022.

“Não se pode aprovar uma matéria dessa natureza, tão complexa para o povo brasileiro — acho até uma irresponsabilidade — sem discutir com toda a sociedade brasileira. É isso que espero fazer no decorrer de outubro e novembro para que possamos colocar em votação antes do recesso ou deixar para o próximo ano”, disse em entrevista à rádio “CBN”.

“É um projeto muito complexo. Eu não tenho condições de fazer um relatório. Estamos já para entrar em outubro, em dezembro, daqui a 60 e poucos dias começa o recesso”.

“Eu não posso apresentar um relatório sem estar bem embasado. Eu não vou ser irresponsável de apresentar algo que eu não tenha convicção depois de ouvir os segmentos, repito, que pagam impostos”, complementou.

Na conversa, Angelo Coronel criticou o que chamou de “pressão” do governo para que a matéria seja aprovada rapidamente.

Ele rechaçou os argumentos da equipe econômica de que o texto precisa passar como forma de garantir recursos para o novo Bolsa Família. “Agora vem com essa conversa de que esse recurso da reforma pode vir ampliar a arrecadação e também para fazer frente [ao valor do Bolsa Família]. Eu não concordo com isso”, disse. “Acho que simplesmente isso é uma pressão para que o Parlamento aprove com rapidez”.

O senador do PSD alfinetou ainda a Câmara dos Deputados, a quem acusou de enviar a proposta de forma “açodada” e “sem dados reais” de impacto. Por isso, ele diz que fará um “freio de arrumação” em relação ao assunto. “Foi uma proposta aprovada na Câmara com muito empirismo, sem dados reais, açodadamente. Essa que é a verdade”, afirmou.

“Agora, a gente precisa dar um freio de arrumação, analisar, levantar os dados da receita tributária brasileira e, a partir daí, fazer um texto que sirva, pelo menos, como parâmetro para as futuras arrecadações do Brasil. Quero levantar os dados para ver quem perde e quem ganha [com a proposta]. Vamos com isso pegar todos esses dados que estão sendo alardeados e ver onde está a veracidade”.

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