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sexta-feira 19 de agosto de 2022 às 14:48h

Reino Unido: brasileiros relatam seus contratempos durante greve histórica

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As greves de diversas categorias de trabalhadores para protestar contra a inflação elevada – a maior nos últimos 40 anos – no Reino Unido prosseguem nesta sexta-feira (19) conforme a RFI, e paralisam quase todos os transportes públicos na capital britânica.

“Praticamente não há serviço no metrô de Londres, apenas duas linhas estão funcionando com capacidade reduzida, com um trem a cada 15 minutos aproximadamente”, informa uma porta-voz da operadora de transporte público TfL.

O Reino Unido vive uma de suas maiores ondas de greves em décadas, e o movimento ganhou ainda mais dimensão a partir desta quinta-feira (18) com a adesão de um grande número de trabalhadores de setores como transportes, correios e portos.

Morador da capital inglesa há 33 anos, o brasileiro Nilson Furtado, que trabalha no setor de seguros na City de Londres – parte central da cidade, onde estão os grandes bancos e empresas do mercado financeiro -, afirmou que “a greve do metrô está impactando consideravelmente” seu trabaho.

“Não podemos mais organizar reuniões presenciais, já cancelamos uma mesma reunião duas vezes por causa da greve nas últimas semanas”, ele conta, lembrando que o setor ferroviário também está fazendo paralisações.

“Greves de várias categorias são uma novidade na Inglaterra”

“Essas greves de várias categorias são uma novidade aqui na Inglaterra. Antigamente, as únicas categorias que realmente entravam em greve eram os metroviários e, às vezes, os ferroviários. No imaginário britânico, as pessoas sempre associaram greves massivas como estas que estamos vivenciando à França, onde os sindicatos são mais fortes”.

“No entanto, agora, por causa da inflação, dos preços da eletricidade, da água, que estão subindo assustadoramente – porque aqui tudo foi privatizado -, os trabalhadores estão entrando em greve para conseguir aumentos de salários e outras demandas. Esta greve nos afeta profundamente, mas também temos de pensar nas demandas [salariais, ligadas à alta da inflação]”, completa Furtado.

Os trabalhadores exigem aumentos salariais correspondentes à inflação, que derruba o poder aquisitivo e em julho alcançou 10,1% ao ano. O índice pode superar 13% ao ano em outubro, de acordo com as previsões do Banco da Inglaterra.

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